Aquisição de leite cai 4,9% no 3º trimestre ante 3º tri de 2020, diz IBGE
A aquisição de leite cru feita pelos estabelecimentos que atuam sob algum tipo de inspeção sanitária federal, estadual ou municipal somou de 6,19 bilhões de litros no terceiro trimestre, queda de 4,9% em relação ao terceiro trimestre de 2020, e alta de 6,1% em relação ao segundo trimestre deste ano.
Os dados são da divulgação definitiva das Pesquisas Trimestrais do Abate de Animais, do Leite, do Couro e da Produção de Ovos de Galinha, distribuídas nesta quarta-feira pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
O órgão destacou que “o setor tem comportamento cíclico, em que os 3º trimestres regularmente apresentam uma recuperação em relação ao trimestre anterior”. Mesmo assim, a aquisição de leite teve a menor captação para um terceiro trimestre desde 2016.
O mês de maior captação foi agosto, com 2,08 bilhão de litros, 5,2% abaixo do mesmo mês do ano anterior, e julho foi o mês de menor atividade com 2,04 bilhão de litros, 5,0% a menos na mesma comparação.
“A alta dos insumos, aliada à dificuldade de repassar os custos por conta da demanda enfraquecida, afetou o setor no trimestre. Além disso, adversidades climáticas comprometeram a oferta do produto”, diz a nota divulgada pelo IBGE.
Ante o mesmo trimestre de 2020, o decréscimo de 322,43 milhões de litros de leite captados em nível nacional é proveniente de reduções registradas em 16 dos 26 Estados investigados pelo IBGE.
“As quedas mais significativas ocorreram em Minas Gerais (-178,86 milhões de litros), Paraná (-51,97 milhões de litros), São Paulo (-48,10 milhões de litros), Goiás (-34,39 milhões de litros), e Rondônia (-21,47 milhões de litros)”, diz a nota do IBGE.
Minas Gerais continuou liderando a aquisição de leite, com 23,4% da captação nacional, seguida pelo Rio Grande do Sul (15,1%) e Paraná (14,6%).
Couro
Já os curtumes investigados pela Pesquisa Trimestral do Couro receberam 7,37 milhões de peças de couro no terceiro trimestre, queda de 10,4% em relação ao adquirido em igual período de 2020 e de 2,2% frente ao segundo trimestre de 2021.
“Esse cenário foi influenciado pela redução do abate de bovinos, sobretudo em setembro, quando foram contabilizadas 2,06 milhões de peças adquiridas, 23,5% abaixo do mesmo mês do ano anterior”, diz a nota divulgada pelo IBGE.
O comparativo entre os terceiros trimestres de 2020 e 2021 indica uma variação negativa de 854,38 mil peças no total adquirido pelos estabelecimentos, proveniente de reduções em 11 dos 19 Estados que possuíam curtumes elegíveis pelo universo da pesquisa do IBGE.
Os destaques de queda foram Rondônia (-193,33 mil peças), Mato Grosso (-189,29 mil peças), Mato Grosso do Sul (-173,62 mil peças), Rio Grande do Sul (-168,28 mil peças), Paraná (-130,44 mil peças) e São Paulo (-31,49 mil peças). Na contramão, houve aumento da aquisição no Pará (+29,44 mil peças), informou o IBGE.
Mato Grosso continua a liderar no recebimento de peças de couro cru para processamento, com 16,7% da participação nacional, seguido por Mato Grosso do Sul (12,5%) e São Paulo (11,9%).
Ovos
Por fim, a produção de ovos de galinha alcançou a marca de 1,0 bilhão de dúzias no terceiro trimestre, queda de 1,8% em relação a igual período de 2020 e alta de 1,5% em relação à produção do segundo trimestre deste ano.
O resultado representa a segunda maior produção tanto para um terceiro trimestre quanto para a série histórica da pesquisa, iniciada em 1987, informou o IBGE.
“Assim como em 2020, em 2021 o mês de maior produção do trimestre foi agosto com 337,05 milhões de dúzias, 5ª maior produção mensal registrada, 1,3% menor que a produção do mesmo mês do ano anterior, recorde da série histórica.
Setembro foi o período de menor produção, com 329,63 milhões de dúzias, 2,3% abaixo do mês equivalente de 2020″, diz a nota do IBGE.
Comparando o terceiro trimestre com igual período de 2020, a queda de produção de 18,00 milhões de dúzias de ovos se deve a reduções em 16 dos 26 Estados com granjas enquadradas na pesquisa.
“As maiores reduções ocorreram em São Paulo (-12,99 milhões de dúzias), Minas Gerais (-5,66 milhões de dúzias), Goiás (-4,24 milhões de dúzias e Espírito Santo (-3,53 milhões de dúzias)”, diz a nota do IBGE.
Na contramão, os acréscimos mais expressivos de produção foram observados em Ceará (+4,90 milhões de dúzias), Mato Grosso do Sul (+3,33 milhões de dúzias) e Bahia (+2,88 milhões de dúzias). “Os três já haviam se destacado com aumentos entre os anos na publicação anterior, referente ao segundo trimestre”, diz a nota do IBGE.
Responsável por 28,2% da produção nacional no terceiro trimestre, o Estado de São Paulo continua como maior produtor de ovos. Mesmo com a queda de 4,4% entre 2020 e 2021, apresentou aumento de 4,2% se comparado com o segundo trimestre.
Em seguida na lista de maiores produtores do País, vieram Paraná, responsável por 9,2% da produção nacional, Espírito Santo, com 8,7% e Minas Gerais, com 8,5%.