Aquisição da Vivera pela JBS faz sentido estratégico, mas pouco afeta a ação
O movimento da JBS (JBSS3) com a compra da empresa europeia Vivera, de proteína vegetal, foi positiva do ponto de vista estratégico, segundo os analistas Leandro Fontanesi e José Cataldo, da Ágora Investimentos. Só não espere que a aquisição tenha muito impacto sobre ações.
“A compra não mexeu com nosso cenário base, ainda assim não deixa de ser marginalmente positiva à JBS, com recomendação de compra, e preço-alvo a R$ 38 por ação. Embora o tamanho da Vivera não seja particularmente relevante parece alinhado com a estratégia da JBS”, reforça a dupla.
O plano do frigorífico é aumentar sua exposição a produtos de valor agregado e “faz sentido” dada a tendência mundial de aumento da penetração dos produtos de base plantada nas cestas de consumo, segundo os analistas.
A Vivera, comprada por 341 milhões de euros, de olho no forte crescimento do mercado vegetariano, representa apenas 1,5% do EV (valor da firma, em português) total da JBS e estimamos que possa aumentar a dívida líquida / Ebitida da empresa em apenas aproximadamente 0,1x.
Com um portfólio de 50 produtos, a Vivera tem três unidades fabris na Holanda, além de um centro de pesquisa e desenvolvimento no mesmo país, para atender um segmento que cresce cerca de 20% ao ano na Europa, especialmente entre holandeses, alemães e ingleses, que respondem por 60% do mercado de “plant-based” europeu.
A aquisição ainda requer aprovação regulatória.