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Aprosoja prevê quebra de 20% para safra de soja em Mato Grosso, com impactos para o milho

20 dez 2023, 17:09 - atualizado em 20 dez 2023, 17:09
seca soja
Os produtores de soja em Mato Grosso devem colher 9,16 milhões a menos que na safra passada, segundo a prosoja-MT (Imagem: Pixabay/Nennieinszweidrei )

As ondas de calor e a redução das chuvas em Mato Grosso devem quebrar a produção da safra 2023/24 de soja em cerca de 20%, aponta pesquisa feita pela Associação dos Produtores de Soja e Milho de Mato Grosso (Aprosoja-MT). O levantamento foi realizado com mais de 600 associados, abrangendo uma área de 862 mil hectares, ou 7,10% de toda área de soja em MT.

A pesquisa também aponta que os sojicultores de MT devem colher 36,15 milhões de toneladas nesta temporada, 9,16 milhões a menos que na safra anterior, quando a produção foi de 45,31 milhões de toneladas, de acordo com o Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea).

A redução é pautada, principalmente, pela menor produtividade, que deve cair de 62,30 sacas por hectare pare 49,68 sc/ha, nas propriedades pesquisadas.

De acordo com o projeto Aproclima, da Aprosoja-MT, as temperaturas máximas se mantiveram acima da média, em relação às registradas na safra passada, chegando até a casa dos 44 °C. Em Água Boa, região Leste de MT, por exemplo, a máxima de outubro de 2023 foi de 43 °C, contra 40 °C em 2022. Já em novembro, a máxima foi de 40 °C, contra 37 °C no mesmo período do ano passado.

Em outra região produtora, no Médio-Norte, no município de Vera, a redução no volume de precipitação também chama a atenção. Nos meses de setembro, outubro e novembro deste ano, o volume de chuvas foi 52% menor que no mesmo período de 2022.

Os produtores também responderam sobre como estão as áreas plantadas. Em média, 34,31% das lavouras estão em boa ou ótima situação, 37,7% estão regulares e 27,58% estão ruins ou péssimas. O estudo também aponta que a situação pode se agravar caso não ocorram chuvas regulares nas próximas fases de desenvolvimento das plantas.

Redução da área de milho segunda safra

O cenário de seca também provocou o atraso no plantio da oleaginosa e comprometeu a janela de semeadura do milho segunda safra, que deve ter área reduzida em 24,59%, aponta o levantamento.

Segundo o Imea, o atraso na semeadura da soja nesta temporada é maior que a média dos últimos cinco anos.

A maior redução da área de milho segunda safra deve ser registrada na região Oeste, dentre as propriedades pesquisadas.

Por lá, a redução pode ser de 42,31%. Já na região Leste, a redução deve ser de 25,42%; no Norte, 16,83%; e, na região Sul, a área plantada do cereal deve ser 13,83% menor que na temporada anterior.

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