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Aprosoja-MT pede agilidade no licenciamento de projetos de fertilizantes temendo escassez

03 mar 2022, 13:45 - atualizado em 03 mar 2022, 13:45
Milho Grãos
O projeto já enfrentou resistência no passado, especialmente de indígenas (Imagem: Pixabay/chapkitt )

Agricultores de Mato Grosso, o maior produtor de grãos e oleaginosas do Brasil, afirmaram nesta quinta-feira que há preocupações com a escassez de fertilizantes diante do conflito na Ucrânia, e pediram maior agilidade no licenciamento ambiental de minas de matérias-primas para adubos.

“O Congresso Federal precisa agir rápido, é momento de deixar as ideologias de lado e se preocupar com o futuro e a alimentação das pessoas”, afirmou o presidente da Associação do Produtores de Soja e Milho de Mato Grosso (Aprosoja-MT), Fernando Cadore, em nota.

Citando “possíveis desabastecimentos” no mercado de fertilizantes no Brasil, que normalmente tem a Rússia como maior fornecedor desses insumos, a associação destacou a necessidade de desburocratizar o sistema de licenciamento no Brasil.

“Precisamos desburocratizar o sistema de concessão e de licenciamento dessas jazidas de recursos minerais com potenciais para o uso de fertilizantes no país”, enfatizou.

Na véspera, a ministra da Agricultura, Tereza Cristina, disse que o governo está prestes a lançar um plano nacional de fertilizantes, que deverá, entre outras coisas, agilizar os processos de licenciamentos, prevendo compensações necessárias.

A Reuters noticiou em meados do mês passado que o empresário e ex-ministro Blairo Maggi estava negociando com o investidor canadense Stan Bharti parceria para desenvolvimento de uma mina em Autazes (AM), que seria a maior de potássio da América Latina.

O projeto já enfrentou resistência no passado, especialmente de indígenas.

Segundo Cadore, a dependência do Brasil de fertilizantes importados, que somam o equivalente a 85% do consumo nacional, “poderá ser sentida pelos consumidores nas gôndolas dos supermercados em pouco tempo, com altos preços e até desabastecimentos”.

A ministra negou riscos de desabastecimentos de alimentos, mas disse que a inflação preocupa.

“O Congresso Federal precisa agir rápido, é momento de deixar as ideologias e se preocupar com o futuro e a alimentação das pessoas…”, disse Cadore.

Ele destacou que o Brasil depende das importações de insumos, como fosfato, cloreto de potássio e ureia, por exemplo.

Além da preocupação inflacionária, o presidente da Aprosoja-MT citou que a balança comercial brasileira “depende dos setores da agricultura e pecuária nos últimos anos”, enquanto fertilizantes são fundamentais para a produtividade agrícola.