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Aprosoja-MT diz que é descabido responsabilizar agro por invasões em Brasília

09 jan 2023, 14:06 - atualizado em 09 jan 2023, 14:07
Lula
O posicionamento vem após o presidente Luiz Inácio Lula da Silva citar em seu discurso, no domingo, que o setor poderia estar ligado aos acontecimentos e, se confirmado, seria punido (Imagem: Adriano Machado/Reuters)

A Associação dos Produtores de Soja e Milho de Mato Grosso(Aprosoja-MT) classificou como descabidas declarações que coloquem representantes do agronegócio como alguns dos responsáveis pelas invasões aos palácios dos Três Poderes em Brasília, ocorridas na véspera, conforme comunicado da entidade nesta segunda-feira.

O posicionamento vem após o presidente Luiz Inácio Lula da Silva citar em seu discurso, no domingo, que o setor poderia estar ligado aos acontecimentos e, se confirmado, seria punido.

“O agronegócio maldoso, aquele agronegócio que quer utilizar agrotóxico sem nenhum respeito à saúde humana, possivelmente também estava lá. E essa gente toda vai ser investigada, vai ser apurada e será punida”, afirmou o presidente, citando também a possível participação de garimpeiros ilegais.

Sem citar Lula nominalmente, a Aprosoja-MT disse que “declarações que atribuam ao setor participação nos ataques são descabidas e não retratam a real importância do agro brasileiro para o país”.

“Somos contra grilagens e invasão da propriedade privada, o desmatamento ilegal e o uso irrestrito de pesticidas em lavouras. Prezamos pela democracia e somos contra quaisquer atos que gerem prejuízos ao Brasil, e nos opomos a quaisquer conclusões que não representem a verdade”, afirmou a associação.

A entidade ressaltou que repudia atos de vandalismo ao Congresso Nacional, ao Supremo Tribunal Federal e ao Palácio do Planalto, preza pelo cumprimento das leis e da Constituição, assim como pela liberdade de pensamento e de manifestações pacíficas.

“Jamais poderemos concordar com invasão e depredação de qualquer propriedade, seja ela pública ou privada”, reforçou.

A associação que representa os agricultores do maior Estado produtor de soja –principal produto da pauta de exportação brasileira– lembrou que o agronegócio é um importante gerador de divisas ao país e é composto não só por grandes empresas, como também por pequenos produtores.

Uma das principais entidades contrárias ao posicionamento político da gestão petista, a Aprosoja-MT criticou na última semana a proximidade do novo presidente da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), Edegar Pretto, com o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), que é filho de um dos fundadores do movimento.

Na ocasião, a associação questionou também as primeiras medidas tomadas pelo novo ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, nome que já havia sido criticado pela Aprosoja-MT ainda no ano passado, quando era visto apenas como uma possibilidade para o ministério.

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