Aprosoja Brasil pede liberação emergencial de herbicidas para dessecação da soja
A Associação Brasileira dos Produtores de Soja (Aprosoja Brasil) informou, em nota, ter solicitado ao Ministério da Agricultura a liberação emergencial do herbicida Diquat, de forma genérica, e Paraquat para a dessecação das lavouras de soja. O ofício foi encaminhado à pasta na última quarta-feira, 19, segundo a entidade.
“A falta do diquat tem prejudicado o processo de dessecação, que é a utilização de herbicida para preparar as lavouras para a colheita, e pode trazer prejuízos à qualidade da produção brasileira e ao País como um todo”, disse a entidade.
Segundo a Aprosoja, a liberação emergencial para defensivos tem “precedente histórico”. A entidade lembrou que em 2015 o governo federal autorizou o uso emergencial de benzoato de emamectina para o controle da lagarta Helicoverpa armígera, que dizimou lavouras da oleaginosa e levou Estados a decretarem emergência fitossanitária.
“A liberação emergencial só foi autorizada para produtos novos, como o benzoato, porque esse defensivo agrícola já estava registrado em, pelo menos, três países membros da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE)”, explicou a entidade.
A associação diz que várias empresas detêm o registro do Diquat no país e o Paraquat é utilizado na América do Sul, assim como já foi permitido no País. “Além disso, a liberação emergencial do Diquat teria bem estabelecidas a sua forma de entrada, aplicação e segurança no uso (como se trata de produto genérico, todas essas etapas já foram concluídas), bem como a destinação final de embalagens”, afirmou a Aprosoja.
A entidade diz que recebe relatos de atrasos na entrega do produto e que o custo do insumo subiu de R$ 30 por litro para R$ 160 por litro. “No início desta safra, o aumento no preço do produto era de 300% e hoje alcança 500%, conforme constatam produtores”, pontuou a associação.
Sobre o Paraquat, proibido no País pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) desde 2020, a Aprosoja afirma que o químico é permitido em outros países do Mercosul, Estados Unidos, Canadá e Austrália.