Internacional

Clientes e empregados processam lojas nos EUA, por abrirem antes de cura do coronavírus

17 abr 2020, 15:10 - atualizado em 17 abr 2020, 15:32
Bandeira dos EUA
Empresários duramente atingidos pelo Covid-19 estão ansiosos para voltar ao trabalho (Imagem:Pixabay)

Quando lojas, restaurantes e teatros dos Estados Unidos reabrirem após terem sido fechados devido à pandemia de coronavírus, essas empresas podem enfrentar um problema inesperado: processos de clientes e trabalhadores doentes.

Empresários duramente atingidos pelo Covid-19 estão ansiosos para voltar ao trabalho, pois o surto mostra sinais de desaceleração e o governo Trump pressiona para uma rápida retomada da economia do país.

Mas, sem a vacina para o vírus altamente contagioso, empresas que reabrirem cedo demais podem ser responsabilizadas se mais pessoas ficarem doentes. Walmart e Carnival estão entre as que já se defendem de processos movidos por empregados ou clientes.

Uma onda de processos poderia levar muitas empresas à falência, de acordo com a Câmara de Comércio dos EUA, que recomenda proteções do governo.

E, embora possa ser difícil provar que qualquer empresa tenha sido responsável pela transmissão do Covid-19, especialistas jurídicos dizem que um aumento desses processos pode sobrecarregar o sistema judicial.

“A questão da responsabilidade é real”, disse Harold Kim, presidente do Instituto de Reforma Jurídica da Câmara. “Agora perguntam: ‘como nos protegemos contra riscos?’ O pior cenário é que as empresas não vão querer abrir as portas porque o risco da responsabilidade é muito grande.”

Maior risco

“Provavelmente haverá muitos pedidos de indenização por trabalhadores devido à facilidade do pedido, não há necessidade de provar negligência e, para muitos, o maior contato com outras pessoas e, portanto, a maior chance de contrair o vírus, é o que vale”, afirmou David Boies, sócio-gerente da Boies Schiller Flexner, em Nova York, cujos clientes incluem inúmeras grandes empresas.

Governadores dizem que vão coordenar o lento retorno de empresas não essenciais nas regiões quando o vírus der sinais de estar sob controle.

Ainda assim, muitos incentivam medidas de senso comum, como distanciamento social e máscaras para o futuro próximo.

Na quinta-feira, o presidente Donald Trump divulgou amplas diretrizes para que estados possam determinar quando e quem poderá reabrir.

Mas seguir o conselho de autoridades de saúde pública pode não ser suficiente para limitar a propagação do vírus ou da responsabilidade das empresas, disse Heidi Li Feldman, professora do Centro de Direito da Universidade de Georgetown, em Washington.

Donald Trump
Na quinta-feira, o presidente Donald Trump divulgou amplas diretrizes para que estados possam determinar quando e quem poderá reabrir (Imagem: Casa Branca)

“Até que haja uma vacina ou cura, não será aconselhável que as empresas digam que estão arriscando vidas para recuperar a economia”, afirmou.

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bloomberg@moneytimes.com.br
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