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Apple estuda aliviar restrições para apps de rivais no iPhone

22 fev 2020, 16:14 - atualizado em 20 fev 2020, 11:03
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Desde o lançamento da App Store em 2008, a Apple não permite que usuários substituam aplicativos pré-instalados como esses por serviços de terceiros (Imagem: Unsplash/@bhaguz

A Apple estuda dar mais destaque a aplicativos rivais em iPhones e iPads e permitir acesso de serviços de música de terceiros ao seu alto-falante HomePod em meio a críticas de que a empresa possui uma vantagem injusta com seus próprios produtos.

A gigante de tecnologia avalia se deve permitir que usuários escolham aplicativos de e-mail e navegador de terceiros como opções padrão em aparelhos móveis da Apple, o que substituiria o navegador Safari e o aplicativo Mail da empresa, segundo pessoas a par do assunto.

Desde o lançamento da App Store em 2008, a Apple não permite que usuários substituam aplicativos pré-instalados como esses por serviços de terceiros. Isso tem dificultado a competição de alguns desenvolvedores e preocupa congressistas que investigam possíveis violações antitruste no setor de tecnologia.

O navegador e correio eletrônico são dois dos aplicativos mais usados no iPhone e iPad. Até o momento, navegadores concorrentes como Google Chrome e Firefox e aplicativos de e-mail como Gmail e Microsoft Outlook não possuem o status dos produtos da Apple.

Por exemplo, se um usuário clicar num link da Internet enviado em um iPhone, o link será aberto automaticamente no Safari. Da mesma forma, se um usuário digitar um endereço de e-mail – digamos, de uma mensagem de texto ou site – será redirecionado ao aplicativo Apple Mail, sem a opção de mudar para outro programa de e-mail.

A empresa com sede em Cupertino, na Califórnia, também considera afrouxar restrições nos HomePods para aplicativos de música de terceiros, como o de seu maior concorrente de streaming Spotify Technology, disseram as pessoas, que não quiseram ser identificadas.

O sistema fechado da Apple que proíbe usuários de escolher aplicativos de terceiros como padrão foi questionado no ano passado durante audiência de um painel antitruste da Câmara dos Deputados dos EUA. Congressistas perguntaram se usuários do iPhone podem tornar aplicativos que não são da Apple como padrão em ferramentas como navegador, mapas, e-mail e música.

Ser o aplicativo padrão no smartphone mais vendido do mundo vale muito porque consumidores são sutilmente persuadidos e estimulados a usar esse software mais estabelecido do que as alternativas.

Manter os usuários atados aos serviços da Apple é importante para a empresa, pois o crescimento da demanda por smartphones desacelera e as vendas de música, vídeo, armazenamento em nuvem e outras assinaturas respondem por uma maior fatia da receita total da fabricante do iPhone.

Um porta-voz da Apple não quis comentar.

Atualmente, a empresa pré-instala 38 aplicativos padrão em iPhones e iPads, segundo a Bloomberg News, como o navegador Safari, Maps, Messages e Mail.

No ano passado, o Spotify, com sede em Estocolmo, apresentou uma queixa antitruste à União Europeia, dizendo que a Apple esmaga serviços rivais ao impor um corte de 30% para assinaturas feitas pela App Store.

A Apple respondeu que o Spotify quer os benefícios da App Store sem pagar por eles. Como parte da queixa, o Spotify destacou a incapacidade de rodar no HomePod e se tornar o player de música padrão no Siri, a assistente digital por comando de voz da Apple.