Apple estreia lojas na Índia com vendas perto de US$ 6 bilhões
As vendas da Apple na Índia atingiram um novo recorde de quase US$ 6 bilhões no ano até março, o que destaca a crescente importância do mercado para a fabricante do iPhone, com o CEO Tim Cook em visita ao país para abrir as primeiras lojas domésticas da empresa.
A receita na Índia cresceu quase 50%, frente a US$ 4,1 bilhões no ano anterior, segundo uma pessoa com conhecimento do assunto, que pediu para não ser identificada.
A Apple, que divulga resultados trimestrais em 4 de maio, sinalizou que a receita global total deve diminuir.
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Cook inaugura as primeiras lojas da Apple na Índia esta semana com o objetivo de acelerar o crescimento em um país de 1,4 bilhão de habitantes, onde smartphones e computadores da companhia nunca abocanharam mais do que uma minúscula participação de mercado devido ao alto custo. Com a demanda por tecnologia em queda globalmente, a Apple identificou a classe média em expansão da Índia como uma oportunidade atraente, além de aumentar cada vez mais a produção local.
A Apple, que até agora contava com parceiros de varejo e vendas online na Índia, não respondeu a um pedido de comentário.
A empresa lançou sua loja online na Índia em 2020, e o ritmo de vendas tende a se acelerar ao abrir sua primeira loja no país na terça-feira, em um distrito comercial de luxo no centro financeiro de Mumbai. Dois dias depois, a Apple inaugura uma loja na capital, Nova Déli.
Durante a pandemia, as vendas da Apple cresceram na Índia diante da demanda por iPhones, iPads e MacBooks para trabalhar e estudar em casa.
E esse “momentum” continua, impulsionado por opções de financiamento e troca de dispositivos.
“As vendas da Apple na Índia são normalmente impulsionadas por iPhones e aparelhos ‘wearable’, mas, nos últimos dois anos, sua divisão do MacBook também começou a ganhar força”, disse Navkendar Singh, analista da consultoria IDC. “Podemos esperar que a Apple pressione muito suas alavancas de vendas e marketing para dar continuidade ao salto da receita.”
No entanto, sua base é pequena — apenas cerca de 4% dos quase 700 milhões de usuários de smartphones da Índia têm iPhones — já que o segundo maior mercado móvel do mundo é liderado por marcas locais mais baratas, além de fabricantes chineses e sul-coreanos. Mas a companhia de Cupertino, Califórnia, ficou em primeiro lugar em vendas unitárias de aparelhos acima de US$ 365 no ano passado, de acordo com a empresa de pesquisa Counterpoint.
As lojas da Apple servem como importantes pontos de varejo e vitrine para a companhia mais valiosa do mundo, ao mesmo tempo em que se tornam atração turística. Como outro fator de peso, as novas lojas da Índia também vão funcionar como centros de suporte, um potencial chamariz para as vendas, porque facilita a devolução de produtos e reparos.
A empresa não detalha a receita da Índia nos balanços, mas é obrigada a divulgar as vendas anuais no país às autoridades locais. No ano até março de 2022, a Apple registrou vendas de 333,8 bilhões de rupias (US$ 4,1 bilhões).
Embora isso represente menos de 2% da receita global da Apple, a importância do mercado cresce e a empresa também expande sua pegada de fabricação local. A Apple triplicou a produção na Índia, para mais de US$ 7 bilhões em iPhones no último ano fiscal, como parte de um esforço para reduzir a dependência da China em meio à escalada das tensões entre os governos de Washington e Pequim.
A aposta de Cook pela Índia também significa enfrentar riscos, como os conhecidos altos impostos de importação do país para diversos itens, desde componentes até produtos acabados, que afetam os preços e a demanda no varejo. O país também é conhecido por mudanças repentinas nas regras e regulamentos, que podem expor empresas a custos inesperados. No entanto, com o potencial de crescimento do mercado, fica difícil ignorá-lo.
“A Índia é um mercado extremamente empolgante para nós e um foco importante”, disse Cook durante teleconferência de resultados em fevereiro. “Estamos colocando muita ênfase no mercado.”