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App da Olam cortará custo com corretor de café no B2B, profissão tão antiga quanto a cultura

11 dez 2020, 15:55 - atualizado em 11 dez 2020, 16:16
Café
Café intermediado pela corretagem começa a ter espaço menor no mercado (Imagem: REUTERS/Mohamed al-Sayaghi)

A multinacional Olam Internacional, um dos maiores players globais na comercialização de produtos agrícolas, começou a mexer com o tradicional elo da cadeia do café, o corretor. A trading lançou um aplicativo para o produtor vender diretamente o café verde.

O B2B da Olam Direct, ao fim e ao cabo, tentará trazer mais café diretamente, tornando sua originação mais barata, ao cortar os custos de corretagem – existente desde sempre na commodity – em um mercado que gira em torno de 0,5%. Há casos nesse negócio que podem chegar a 0,25%, mas para grandes volumes.

O impacto disso ainda é cedo para avaliar, mesmo porque pouco se sabe, em realidade, da participação das grandes tradings no negócio do “ouro negro”, que movimentou entre 65 e 67 milhões de sacas, entre o arábica e o conilon em 2020.

Para Marcus Magalhães, da Marus Corretora, de Vitória, mostra uma tendência que pode se espalhar cada vez mais. Como ocorre em outros cantos da economia.

Pode não acabar com o corretor, mas aqueles presos ao passado, de carregar sacolas de café para cima e para baixo, a quadro deverá mudar com o tempo.

“O corretor peça chave, com bom serviço, que faz análise de mercado, resolve problemas e acompanha os negócios, sempre terá lugar no mercado e respeito”, diz Magalhães.

No app Olam Direct, sem o intermediador, o produtor não tem como negociar a oferta apresentada, após feitos os preenchimentos exigidos, tanto no físico como no futuro.

O grupo de Cingapura é um dos mais fortes no Espírito Santo, terra por excelência do café robusta, “mas não é peça fundamental em um mercado de grande volume, que também tem players globais e grandes cooperativas”, complementa o CEO da Marus e também da Café Marcus Magalhães.

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