RenovaBio

Apostas para nova meta do RenovaBio vão a 14 milhões de Cbios, com a pandemia cortando metade

27 maio 2020, 10:26 - atualizado em 27 maio 2020, 10:26
Redução do consumo de combustíveis fortemente com a pandemia vai mexer no RenovaBio (Imagem: Pixabay)

Em 15 dias, ou no máximo até julho, o Ministério de Minas e Energia (MME) lança chamada pública para discussão sobre a revisão de metas do RenovaBio. Não há dúvida de que o volume de compras compulsórias de 28,7 milhões de Créditos de Descarbonização (CBios) pelas distribuidoras de combustíveis, em 2020, será reduzido. A aposta é o quanto.

Para as intermediárias na comercialização, o governo simplesmente deveria suspender o programa, depois que a pandemia reduziu drasticamente o volume de comercialização de gasolina e etanol. E impacta diretamente no volume de CBIos comercializado para as distribuidoras.

A BR Distribuidora (BRDT3) foi a primeira a defender essa possibilidade, argumentando que o setor e cada empresa, individualmente, não conseguiriam alcançar suas obrigações.

E se há dúvidas se as usinas vão conseguir ofertar volume suficiente desses papéis, mais dúvida ainda há se as distribuidoras vão ter recursos para comprá-los e, mais ainda, se haverá mercado de balcão na B3 para eles.

A aquisição obrigatória dos créditos é correspondente à participação no mercado de combustíveis fósseis no ano de 2019. As vendas despencaram desde março igualmente quanto o etanol.

Para Felipe Bottini, da Green Domus, a principal certificadora de candidatas ao programa RenovaBio, “em um chute largo”, a redução total para o segmento distribuidor pode ficar entre 21 a 23 milhões de CBios neste ano.

Mas há apostas mais “largas” ainda. Fonte importante da cadeia sucroenergética, com liderança regional e nacional, acredita em até a metade, segundo teria ouvido de gente de dentro do MME. Ou seja, ficará em torno do 14 milhões.

A Secretaria de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis do MME fez reunião interna no último dia 22 para fechar os números, guardados a sete chaves. Miguel Ivan Lacerda, diretor de Biocombustíveis, e responsável pelo desenho do RenovaBio, diz apenas que há “redução da oferta de CBios, mas estamos ajustando a meta pra corrigir isso”.

Ele não tira uma vírgula da importância dessa politica pública “mais impactante para o setor de combustíveis”, e para o meio ambiente – ao promover mais o etanol e o biodiesel, precificados em equivalência ao menor uso de agentes fósseis no processo produtivo.

Por isso deixa à mostra que não está descontente com a revisão: “Em até 15 dias vamos abrir os números em uma chamada pública e há muita coisa interessante para o setor nos documentos”.

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