Apostas do Fed sobre inflação estarão sob holofotes em fala de Powell em Jackson Hole
Se aumentar e esperar soa como uma estratégia de pôquer, isso pode, de fato, resumir a abordagem de para combater a inflação que o chair do Federal Reserve, Jerome Powell, deve mostrar em discurso na conferência de Jackson Hole nesta sexta-feira.
Em meio a um debate nas últimas semanas sobre se a economia dos Estados Unidos estava se aproximando de uma recessão e como isso poderia tirar o Fed de sua marcha para taxas de juros mais altas, colegas de Powell apoiaram-se fortemente na ideia de que a taxa de juros de referência do banco central norte-americano não apenas continuará a subir, mas permaneceria em um nível alto até que a inflação retorne à meta de 2% do Fed.
Pela medida preferida pelo Fed, a inflação é atualmente cerca do triplo.
“Vou realmente tentar ser o mais firme possível, quando chegarmos a um nível que eu acho que é o nível apropriado, para realmente permanecer lá e analisar e avaliar propositalmente como nossas políticas estão fluindo através da economia”, disse o presidente do Fed de Atlanta, Raphael Bostic, ao Wall Street Journal esta semana.
“É de se esperar algum enfraquecimento” na economia, continuou ele, e “vai ser realmente importante que resistamos à tentação de ser reacionários demais, e realmente nos asseguremos de que a inflação esteja bem encaminhada para 2% antes de tomarmos qualquer medida para aumentar a acomodação em nossa postura de política monetária”.
Tradução: Não espere que o Fed resgate a economia ou os desempregados de uma retração modesta.
Os comentários de Bostic e de outras autoridades do Fed marcam uma mudança sutil, mas importante, na ênfase de como o banco central fala sobre o que está fazendo, o que Powell pode muito bem enfatizar quando falar em um resort nas montanhas nos arredores de Jackson, Wyoming, às 11h (horário de Brasília).
Nas últimas semanas, as autoridades do Fed mudaram de evitar a palavra “R”, dizendo que sua esperança era evitar uma recessão, para minimizar o significado de uma, particularmente no contexto do pior surto de inflação dos últimos 40 anos. O controle do crescimento das pressões sobre os preços continua sendo seu foco principal
“Não vejo o risco de uma recessão sustentada ou profunda ser muito alto”, disse o presidente do Fed da Filadélfia, Patrick Harker, em uma entrevista à CNBC na quinta-feira.
A linguagem corresponde às expectativas vindas do Reino Unido e de outras partes da Europa de que os bancos centrais podem precisar continuar aumentando as taxas de juros mesmo em face de uma recessão, em vez de fornecer ajuda na forma de custos de empréstimo mais baixos que impulsionariam a economia e o emprego.
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