Após trimestre “excelente”, resultados da Marfrig devem sofrer acomodação
A Marfrig (MRFG3) não decepcionou e reportou mais uma vez um conjunto de resultados sólidos no primeiro trimestre do ano. De acordo com a XP Investimentos, os números vieram “excelentes”, em linha com as expectativas, mas ainda muito fortes no geral.
A companhia teve o melhor trimestre da sua história, tendo apresentado lucro líquido de R$ 279 milhões (contra prejuízo de R$ 137 milhões dos três primeiros meses de 2020).
O Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) ajustado cresceu 39,7% e atingiu R$ 1,7 bilhão, enquanto a receita líquida totalizou R$ 17,2 bilhões, representando um avanço de 27,7% comparado a um ano antes.
A XP destacou a ótima performance das operações nos Estados Unidos, que compensaram o desempenho mais fraco que o esperado na América do Sul.
“No país [Estados Unidos], os níveis de abate permaneceram praticamente estáveis na comparação anual, ao mesmo tempo que o preço do gado diminuiu, permitindo que a Marfrig reduzisse custos e ganhasse margem”, comentaram os analistas de Agro, Alimentos e Bebidas da corretora. A empresa frigorífica registrou crescimento de 85 pontos-base na margem Ebitda do trimestre, que atingiu 9,9%.
Apesar do trimestre forte, um detalhe preocupa a XP: a operação na América do Sul, que tem sido pressionada pelo aumento dos custos no curto prazo.
Ainda que veja um potencial de alta significativo para a ação, o que explica a manutenção do rating de compra e do preço-alvo de 24, a corretora acredita que os resultados da companhia vão sofrer uma acomodação em relação aos balanços “estelares” divulgados ao longo do ano passado, com as margens se normalizando.
O Bank of America adotou uma visão mais otimista sobre os próximos números da empresa, tanto que reiterou a recomendação de compra do papel com base no sólido momentum de ganhos e no valuation atrativo.
O banco espera que a Marfrig continue reportando uma melhora marginal nas margens das operações da América do Sul, enquanto a atuação na América do Norte deve contar com margens ainda acima dos níveis históricos em 2021/22, levando em consideração a forte demanda e a alta disponibilidade de gado.
O preço-alvo sugerido pelo Bank of America para a ação é de R$ 27.