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Após superar 1 mi de usuários no Brasil, Bitso aposta em cripto como “renda fixa”

25 jul 2022, 15:56 - atualizado em 25 jul 2022, 15:56
“Superamos 1 milhão de usuários no Brasil antes do previsto e nosso volume de transações cresceu 66% de maio para junho”, disse o executivo da plataforma no Brasil, Thales Freitas (Imagem: REUTERS/Ricardo Moraes)

A corretora mexicana de criptomoedas Bitso está reforçando a aposta no Brasil como seu segundo maior mercado, tentando ganhar espaço de rivais enfraquecidos nos últimos meses com o momento de instabilidade das moedas digitais.

Segundo o principal executivo da plataforma no Brasil, Thales Freitas, a Bitso seguiu crescendo fortemente o volume de transações nos últimos meses, mesmo com o “inverno cripto”, crise que levou algumas companhias à insolvência no exterior, na esteira da forte desvalorização das moedas digitais.

“Superamos 1 milhão de usuários no Brasil antes do previsto e nosso volume de transações cresceu 66% de maio para junho”, disse Freitas em entrevista à Reuters, sem revelar valores, mas reforçando que o montante de julho já superou o mês anterior.

Criada em 2014 e com sede no México, seu maior mercado, a Bitso recebeu em maio do ano passado um aporte de 250 milhões de dólares, meses antes da estreia no Brasil, o que avaliou a plataforma em 2,2 bilhões de dólares.

Freitas, ex-executivo de bancos como Citi e HSBC, assumiu o comando do Bitso no Brasil há cerca de três meses, com a missão de liderar a empresa dentro de um cenário mais adverso no mundo de investimentos de risco, com os juros mais altos fazendo startups demitirem milhares de pessoas. A própria Bitso reduziu em maio sua folha de pagamento em 80 posições e tem hoje 175 empregados no Brasil.

Mesmo com uma recuperação recente, o bitcoin está cotado ao redor de 22 mil dólares nesta segunda-feira, valendo pouco mais de 30% do pico de 69 mil atingido no ano passado.

Em paralelo, porém, a companhia estendeu campanhas de atração de usuários, oferecendo rentabilidades atrativas (até 15% ao ano em alguns casos) em operações com criptomoedas de estruturas similares às usadas em renda fixa.

“O investidor brasileiro adora renda fixa e stablecoins são uma boa forma de diversificação”, afirmou ele. Stablecoins são moedas digitais lastreadas em ativos tradicionais, como o dólar e, portanto menos voláteis.

Para Freitas, por ser regulada internacionalmente desde a origem e operar com um grupo limitado de criptomoedas menos voláteis, a Bitso tem conseguido atravessar o momento mais instável do mercado e ganhar espaço de rivais.

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Meio de troca

Freitas disse que a utilização de moedas digitais como meio de troca tem crescido em alguns mercados onde opera.

No México, a corretora prevê movimentar cerca de 3 bilhões a 4 bilhões de dólares neste ano só em transferências recebidas via criptomoedas de residentes nos Estados Unidos.

Na Argentina, disse o executivo, as moedas digitais tambêm têm tido aderência crescente das pessoas como meio de proteção contra a inflação, atualmente acima de 60% ao ano.

Por aqui, a Bitso aguarda aprovação do Banco Central para um pedido de licença para atuar como instituição de pagamentos, o que lhe permitirá ter uma operação mais completa no Brasil. A corretora opera hoje em parceria com banco Genial e Starkbank.

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