Economia

Após sugerir reajuste a categorias, Guedes diz que aumentos a servidores trarão “passado tenebroso”

17 dez 2021, 17:43 - atualizado em 17 dez 2021, 17:43
Paulo Guedes
“Mal nos levantamos, está cheio de categorias pedindo aumento de salário de novo”, ressaltou (Imagem: Edu Andrade/Ascom/ME)

Um dia após sugerir ao Congresso uma reserva de 2,9 bilhões de reais no Orçamento de 2022 para reajustar salários de carreiras específicas de servidores, o ministro da Economia, Paulo Guedes, criticou nesta sexta-feira categorias que estão pedindo aumento e disse que um benefício generalizado ao funcionalismo trará de volta inflação e endividamento.

Em entrevista de balanço sobre o ano de 2021, Guedes defendeu o congelamento de salários válido até o fim deste ano e disse que agora categorias começam a se mobilizar por ganhos em remuneração.

Ele afirmou que aumentos pontuais são uma “desonra com os contemporâneos” e um reajuste a todos traria problemas para o futuro.

“Se todos tiverem esses aumentos, é uma desonra com as futuras gerações. A inflação vai voltar, vamos mergulhar no passado, vamos nos endividar em bola de neve de novo, os juros vão continuar altos, a inflação terá alta permanente e o Brasil vai mergulhar em um passado conhecido tenebroso”, disse.

“Mal nos levantamos, está cheio de categorias pedindo aumento de salário de novo”, ressaltou.

Nesta quinta-feira, a pedido do presidente Jair Bolsonaro, o Ministério da Economia sugeriu ao Congresso que reserve, 2,9 bilhões nas contas de 2022 para promover aumentos salariais de categorias específicas.

Se for acatada, a medida deve viabilizar reajustes a carreiras como policiais federais e policiais rodoviários federais.

Na apresentação, o ministro disse que em 2021 o Brasil foi colocado de pé, com economia e nível de desemprego retornando a patamares observados antes da pandemia do coronavírus, além de nível recorde de arrecadação tributária.

“Vão dizer que Brasil está mais pobre porque houve inflação. Sim, guerras empobrecem, houve inflação no mundo inteiro”, disse.

Guedes voltou a reclamar de analistas que fizeram projeções sobre o país que não se concretizaram. Segundo ele, o recente alinhamento de economistas com pré-candidatos mostra quem “estava militando”.