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Após sequência de prejuízos, Usiminas tem lucro líquido de R$ 108 mi no 1º tri

20 abr 2017, 12:10 - atualizado em 05 nov 2017, 14:05

A Usiminas reverteu uma sequência de dez prejuízos trimestrais e anotou no intervalo de janeiro a março deste ano um lucro líquido de R$ 108 milhões. O Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) ajustado nos primeiros três meses do ano chegou a R$ 533 milhões, mais de 10 vezes superior ao mesmo intervalo de 2016, que foi de R$ 52 milhões. Ante o último trimestre de 2016 o aumento foi de 128%.

“O balanço favorável do primeiro trimestre é fruto de um trabalho de equipe intenso focado na revitalização da companhia, que incluiu a reestruturação da sua configuração industrial e da sua capacidade produtiva, a redução de custos e o aumento do volume de vendas e preço”, destaca o presidente da companhia, Sergio Leite, em nota enviada à imprensa.

Considerando o Ebitda conforme a instrução 527 da Comissão de Valores Mobiliários (CVM), o número foi de R$ 528 milhões, também mais de dez vezes superior a um ano antes. No entanto, na relação trimestral, houve recuo de 10%. A margem Ebitda ajustada foi de 23% no primeiro trimestre deste ano, ante 3% nos três primeiros meses de 2016 e de 11% no último trimestre do ano passado.

A receita líquida somou R$ 2,351 bilhões no período, alta de 15,2% na relação anual e de 11% na trimestral. A alavancagem da Usiminas, medida pela divisão entre a dívida líquida pelo Ebitda, ficou em 3,9 vezes no primeiro trimestre do ano, ante um indicador de sete vezes no último trimestre do ano passado. A dívida líquida da Usiminas caiu para R$ 4,464 bilhões nos três primeiros meses do ano, recuo de 22% ante o anotado em março de 2016 e queda de 5% ante dezembro.

O caixa da empresa era de R$ 2,416 bilhões ao fim de março, aumento de 39% na comparação anual e de 7% ante o caixa registrado no fim de dezembro. No ano passado a Usiminas recebeu um aporte de capital de seus acionistas. “Além da geração de resultados, a preservação do caixa é um dos grandes desafios da Usiminas”, afirmou, em nota, o presidente Sergio Leite.

Da dívida da companhia, apenas R$ 14 milhões têm vencimento neste ano. Em 2018, por conta do vencimento de seus bônus emitidos no exterior, de R$ 564 milhões dos vencimentos, R$ 548 milhões são em moeda estrangeira. Em 2019 os vencimentos são de R$ 93 milhões, indo para R$ 406 milhões, R$ 745 milhões e R$ 1,073 bilhão em 2020, 2021 e 2022 respectivamente.

Resultado financeiro

A Usiminas reverteu um ganho financeiro registrado no primeiro trimestre do ano passado e teve uma perda financeira de R$ 54,58 milhões nos três primeiros meses deste ano. Em relação à perda financeira do último trimestre do ano passado, no entanto, a cifra foi 37% menor.

Vendas de aço

As vendas de aço pela Usiminas no primeiro trimestre do ano chegaram em 930 mil toneladas, alta de 3% em relação ao mesmo período do ano passado. Em relação ao quarto trimestre de 2016, o aumento foi de 4%. “Os indícios de retomada da atividade industrial, em um contexto de valorização do Real e de reajuste de preços das usinas locais abriram oportunidades para as importações”, destacou a Usiminas, em documento que acompanha o seu demonstrativo financeiro.

De acordo com o documento, do volume de vendas 89% foi destinado ao mercado interno e 11% para as exportações. O principal destino das exportações de aço pela Usiminas foi a Alemanha, com 36% do volume, seguido pela Argentina, com 35%. Já a produção de aço bruto foi de 737 mil toneladas no primeiro trimestre do ano, queda de 7,2% em relação ao mesmo intervalo de 2016. Ante os últimos três meses houve recuo de 5%. A produção de laminados no período analisado foi de 965 mil toneladas, aumento de 9,6% na relação anual, mas queda de 3% na base trimestral.

Minério de ferro

O volume de vendas de minério de ferro foi de 643 mil toneladas, queda de 34% na relação anual. Na comparação com o último trimestre de 2016, o recuo foi de 2%. Já a produção de minério de ferro no primeiro trimestre do ano foi de 681 mil toneladas, recuo de 2,8% ante o primeiro trimestre de 2016. Em relação ao quarto trimestre do ano passado houve um aumento de 5%.

“De um modo geral, a realidade dos preços dos últimos dois trimestres injetou uma onda de otimismo nos participantes do mercado de minério de ferro, tendo sido observada uma volta, ainda que tímida, de parte da produção domestica chinesa, além do retorno de alguns produtores internacionais de alto custo que viram nesse aumento uma oportunidade de voltar ao mercado”, destacou a empresa em seu release de resultados. No entanto, para o restante do ano, a companhia vê que o “sentimento de queda nos preços ainda prevalece”, especialmente devido à entrada de novas capacidades de produção ao longo do ano.

(Por Fernanda Guimarães)