Após seca, escassez de fertilizantes preocupa produtores de trigo da França
Uma potencial escassez de fertilizantes está aumentando os riscos para a colheita de trigo do ano que vem na França, a maior produtora da União Europeia, depois que a safra deste ano passou relativamente ilesa pela seca, disse o grupo de produtores AGPB nesta quinta-feira.
A colheita francesa de trigo soft deste ano produziu 33,60 milhões de toneladas, abaixo dos 35,4 milhões em 2021, mas perto do volume médio dos últimos anos, disse a AGPB.
A estimativa ficou um pouco abaixo da projeção de colheita mais recente do Ministério da Fazenda, de 33,87 milhões de toneladas, divulgada no início de agosto.
Como outros analistas, a AGPB disse que os resultados da colheita variaram amplamente, dependendo do impacto local da seca e das tempestades, com fortes rendimentos nas zonas do norte ajudando a aumentar a produção geral.
A pior seca já registrada na França deve causar perdas maiores em outras culturas, como milho e batata.
Para a safra de trigo deste ano, no geral, os agricultores conseguiram garantir fertilizante suficiente para o trabalho de campo da primavera. Mas interrupções adicionais na produção de fertilizantes na Europa em meio aos fluxos reduzidos de gás russo estão criando incerteza sobre 2023, disse o AGPB.
Atualmente, os produtores estão cerca de 20 pontos percentuais abaixo do nível de cobertura de fertilizantes observado há um ano, disse a AGPB.
“Estamos diante de uma incerteza total”, disse Cedric Benoist, vice-secretário geral da AGPB.
“Dependendo de declarações políticas, temos flutuações no mercado de gás e plantas de produção que fecham. No momento estou bastante pessimista quanto à disponibilidade de fertilizantes.”
O fertilizante nitrogenado é uma preocupação especial para os produtores de trigo, pois contribui tanto para o rendimento quanto para o teor de proteína, uma medida fundamental da qualidade da moagem.
Os custos crescentes de fertilizantes e energia estão corroendo as margens dos produtores, que foram impulsionadas pelos altos preços dos cereais, disse a AGPB.
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