Após reverter prejuízo e lucrar R$ 100,4 milhões, Marfrig registra valorização
As ações da Marfrig (MRFG3) operam com importante valorização durante a manhã na sessão de terça-feira na B3, sendo um dos principais ganhos do Ibovespa.
A companhia informou que teve, no terceiro trimestre, mais uma vez lucro líquido crescente, com o resultado consolidado de R$ 100,4 milhões, contra um prejuízo de R$ 126,3 milhões do mesmo período de 2018. Porém, o resultado veio a abaixo da previsão média de analistas compilada pela Refinitiv, de lucro líquido de 211,5 milhões de reais para o trimestre.
Com isso, por volta das 10h35, os papéis eram negociados com valorização de 0,80% a R$ 11,32. A reversão do prejuízo animou os investidores, apesar dos ganhos ficar abaixo do consenso. O balanço também apresentou performance satisfatória e interessantes em outros indicadores.
Entre julho e setembro, a Marfrig registrou recorde em vários de seus indicadores financeiros. A receita líquida consolidada foi de R$ 12,7 bilhões, o melhor resultado histórico para um trimestre. Em relação ao mesmo período de 2018, marcado por aumento substancial das vendas após a greve dos caminhoneiros, o crescimento foi de 3,6%.
Marfrig também atingiu um Ebitda (lucro antes de impostos, juros, depreciações e amortizações) Ajustado recorde de R$ 1,5 bilhão, com crescimento de 28,6% e margem de 11,8%.
A alavancagem medida pela relação dívida líquida/Ebitda Ajustado, medido em dólares, foi de 2,43x, uma queda de 0,26x em comparação ao trimestre anterior.
“Este foi um período excepcional para a Marfrig, diz Eduardo Miron, CEO da empresa. “Os números apresentados estão de acordo com o planejamento traçado e são resultado de uma estratégia bem-sucedida, execução disciplinada e do novo cenário global do setor de proteína.”
A equipe do BTG Pactual destaca que no final do segundo trimestre argumentava que as diretrizes de FCF da Marfrig, que implicavam uma geração de R$ 1,7 bilhão para o segundo trimestre, ainda pareciam muito agressivas. Depois de entregar R$ 844 milhões no terceiro trimestre, a meta agora parece muito mais realista.
Os analistas pontuam avançar em um caminho de desalavancagem é fundamental para que a história de patrimônio da Marfrig alcance todo seu potencial.
E com a maior parte do fluxo de caixa atualmente vindo dos EUA, onde a Marfrig possui “apenas” 51% dos negócios, o ritmo no qual a dívida líquida está se contraindo é muito lento, considerando dividendos obrigatórios para minoritários. A recomendação segue neutra e o preço-alvo foi elevado de R$ 7,4 para R$ 10, patamar inferior ao atual valor dos papéis.
Para a Mirae Asset, o resultado sólido e operacionalmente ficou ligeiramente acima da expectativa. Eles esperam uma reação positiva e resultados crescentes para os próximos trimestres, principalmente no mercado externo e no interno também, com a expectativa de recuperação da economia.