Política

Após receber reforma administrativa, Maia diz que interlocução será com Ramos e não Economia

03 set 2020, 20:43 - atualizado em 03 set 2020, 20:43
Rodrigo Maia
Na véspera, o presidente da Câmara anunciou medidas de reorganização da estrutura da Casa (Imagem: Câmara dos Deputados/Michel Jesus)odrigo

O presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), afirmou nesta quinta-feira, após receber em mãos a proposta de reforma administrativa do Executivo, que está encerrado o diálogo com o ministro da Economia, Paulo Guedes, aproveitando para elogiar a interlocução política com o Planalto.

Ao receber a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) da reforma formalmente na noite desta quinta, Maia fez questão de tecer elogios ao presidente Jair Bolsonaro e a seus ministros da Secretaria-Geral da Presidência, Jorge Oliveira, e da Secretaria de Governo, Luiz Eduardo Ramos.

“Eu não tenho conversado com o ministro Paulo Guedes, que tem proibido a equipe econômica de conversar comigo”, disse em entrevista à GloboNews, citando cancelamento de almoço na véspera que teria com o secretário especial adjunto de Fazenda, Esteves Colnago, e com o secretário do Tesouro Nacional, Bruno Funchal, para tratar do plano Mansueto.

“Os secretários foram proibidos de ir à reunião. Então o que eu decidi é que a relação da Presidência da Câmara será com o ministro Ramos e o ministro Ramos conversa com a equipe econômica para não criar constrangimento mais para ninguém”, afirmou.

O presidente da Câmara garantiu que o ocorrido não irá interferir no trabalho da Câmara e nem resultará em decisões “radicalmente” divergentes da equipe econômica.

Questionado se encerrou a interlocução com Guedes, afirmou que ela na verdade “foi encerrada” e que “se está proibido” de conversar com consultores e secretários da Economia o que diz fazer desde o governo do ex-presidente Michel Temer, ele tratará dos assuntos com a articulação política.

Gratidão

Maia não poupou elogios à abertura do Planalto para o diálogo sobre a reforma administrativa e a decisão do Executivo de enviar uma proposta ao Congresso Nacional.

Defensor de uma reorganização da estrutura do Estado brasileiro, Maia vinha em reiteradas declarações apelando ao Executivo que se posicionasse sobre o tema.

Após uma reaproximação com o presidente, Maia conversou há algumas semanas sobre o tema com Bolsonaro e recebeu em mãos a proposta nesta quinta, do ministro Jorge Oliveira, que fez questão de declarar que o governo “transfere legitimamente a possibilidade de aperfeiçoar” ao Congresso.

Na véspera, o presidente da Câmara anunciou medidas de reorganização da estrutura da Casa.

“(Queria) agradecer muito a presença do ministro Jorge, que tem sido um ministro de ótimo diálogo com a Câmara dos Deputados … Agradecer o presidente da República, que há algumas semanas já vem dialogando comigo com essa possibilidade de encaminhar a reforma administrativa”, disse Maia na cerimônia de entrega da PEC.

“Então, agradeço o presidente, parabenizo o presidente pela correta decisão de encaminhar uma reforma que vai no ponto correto, olhando o futuro do serviço público brasileiro.”

“Então agradeço ao presidente, agradeço ao ministro Jorge e principalmente ao ministro Ramos, que tem sido um aliado da Câmara dos Deputados e tem sido fundamental nas últimas votações na Câmara dos Deputados”, concluiu.

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