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Após parceria com Megatec, Scania quer impulsionar ‘off-road’ com substituição de trator por caminhão em canaviais

08 maio 2025, 7:15 - atualizado em 08 maio 2025, 7:50
(Imagem: Divulgação/Scania)

A marca Scania aparece constantemente para quem roda pelas estradas brasileiras. Uma das líderes no mercado de caminhões rodoviários tenta agora ganhar mercado fora das estradas, e dentro das propriedades rurais.

Durante a Agrishow, realizada em Ribeirão Preto entre os dias 28 de abril e 2 de maio, a Scania lançou uma parceria com a Megatec Implementos Agrícolas, empresa do interior do estado de São Paulo, que tem como principal mercado os produtores de cana-de-açúcar.

Para a Scania, a parceria significa um passo na direção de fortalecer a marca no segmento chamado “off-road”, com caminhões que atuam fora das rodovias e atendem segmentos como o agronegócio e mineração, por exemplo.

Hoje, esse segmento representa 10% do faturamento da Scania no Brasil. Com a parceria, a projeção é de que essa fatia suba para até 12% no curto prazo.

Mas os objetivos são maiores, especialmente quando se trata da produção de cana.

“Nós queremos substituir os tratores nos campos de produção de cana, porque tem um impacto importante tanto nas receitas quanto nos custos de produção”, afirma Marcelo Gallão, diretor de Oferta de Soluções da Scania Brasil.

Segundo o CEO da Scania Brasil, Simone Montagna, ainda há um grande potencial a ser explorado no mercado de caminhões off-road no Brasil.

“O caminhão apresenta algumas vantagens, principalmente por ser mais manobrável do que outros veículos, e principalmente porque tem consumo menor de combustível”, diz o executivo.

Alex Nucci, diretor de Vendas da montadora, coloca esse potencial em números. “Nós temos três segmentos fora do rodoviário. Madeira, mineração e agrícola. Somente nesses três mercados, o potencial no Brasil é de 6 mil caminhões por ano”.

Para a Megatec, o impacto da parceria no faturamento é grande, de acordo com o diretor da empresa, João Pascutti.

“Projetamos um aumento de 40% no nosso faturamento com essa parceria, e ela deve chegar a uma participação bem relevante nas nossas receitas totais”, diz Pascutti.

Se neste primeiro momento, a solução apresentada por Scania e Megatec é voltada para os produtores de cana, Pascutti afirma que a solução pode atender outras culturas.

“Aqui na Agrishow, já conversamos com uma empresa do setor florestal. Para eles, este mesmo implemento que estamos apresentando faz sentido em uma das etapas de produção”, explica o diretor da Megatec.

Para a própria empresa de implementos, a atuação com caminhões é uma novidade. Segundo Pascutti, o foco da empresa até então estava exclusivamente em tratores.

Mas qual a novidade?

A solução apresentada pela Megatec consiste em implementos que podem ser acoplados em um único caminhão, sem a necessidade de troca de veículos nas diferentes etapas da cultura de cana. O implemento pode ser apenas trocado para atuar na aplicação de vinhaça no solo durante a entresssafra, por exemplo.

Na colheita, o novo caminhão da Scania, o 560 G Super XT, atua no transbordo com o implemento da Megatec que tem capacidade para transportar 34 toneladas de cana em uma só viagem, o dobro da capacidade dos equipamentos oferecidos no mercado.

“Com isso, o produtor, que utilizada três veículos em todo o processo de transporte da cana até a usina, agora utiliza dois. Quando um carrega, o outro já está perto da colheitadeira para fazer a próxima viagem”, explica Gallão, da Scania.

Assim, o processo de colheita ganha em velocidade, algo bem relevante especialmente em épocas de chuva. Além disso, essa maior velocidade tem impacto na quantidade de sacarose na cana. Ou seja, aumenta a produtividade.

Além de diminuir o número de veículos necessários, o caminhão consome cerca de 40% menos combustível que um trator.

“Isso porque o caminhão tem capacidade de transportar até 250 toneladas. Para transportar as 34 toneladas de cana, um trator rodaria com o motor em rotação máxima. O caminhão consegue transportar esse mesmo volume em marcha lenta”, diz o diretor da Scania.

O CEO da montadora no Brasil ressalta que o novo produto já foi testado, mas ainda está em fase de implementação.

“Por isso, não temos ainda números mais exatos em relação a ganho de produtividade e economia em custo de produção. Mas temos convicção de que chegaremos a resultados bem importantes”, diz Montagna.

A ideia das duas empresas é colocar o produto no mercado até outubro, para aproveitar o início do ciclo de compras pelos produtos para o início da safra 2026, que acontece em abril.

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Editor-Chefe do Money Times
Jornalista formado na Unesp, tem 20 anos de experiência na profissão e atualmente é editor-chefe do Money Times, com passagens por DCI, Gazeta Mercantil, Agência Estado/Broadcast, Seu Dinheiro, TC Mover e Folha de S. Paulo
renato.carvalho@moneytimes.com.br
Jornalista formado na Unesp, tem 20 anos de experiência na profissão e atualmente é editor-chefe do Money Times, com passagens por DCI, Gazeta Mercantil, Agência Estado/Broadcast, Seu Dinheiro, TC Mover e Folha de S. Paulo
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