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Após IPO, Westwing prioriza expansão, rentabilidade cresce a partir de 2022

14 abr 2021, 15:55 - atualizado em 14 abr 2021, 15:55
Casa, Decoração, Westwing
Outro destino do dinheiro será para abrir dezenas de lojas físicas e a malha logística própria (Imagem: Facebook/Westwing – Casa & Decoração)

A Westwing vai priorizar a expansão da base de clientes, da prateleira de produtos e da logística própria em 2021 em estratégia da plataforma digital de produtos para o lar para responder à demanda de investidores por ganho de mercado, mesmo que isso sacrifique a rentabilidade no curto prazo.

“Nossa história deste ano é crescimento, não rentabilidade”, disse à Reuters o fundador e presidente-executivo da companhia, Andres Mustchler. “Em 2022, 2023 começa a elevar rentabilidade novamente.”

Criada em 2011 como unidade de empresa alemã homônima, a Westwing decidiu depois seguir caminho solo, mantendo-se no azul nos últimos cinco anos.

Com a disparada do comércio eletrônico no Brasil na esteira dos efeitos da pandemia, a empresa acelerou fechando 2020 com alta de 96% das vendas, após ampliar a oferta de produtos para incluir cosméticos, artigos de vestuário, eletrodomésticos, tapeçaria e iluminação.

Com esse histórico, a companhia desembarcou na Bovespa em fevereiro, precificando seu IPO a 13 reais por ação, perto do topo da faixa indicativa, numa operação de 1,2 bilhão de reais.

Desde então, porém, o papel acumula queda de 31% desde a estreia na B3 até terça-feira, após a companhia ter reportado prejuízo de 5,3 milhões de reais no quarto trimestre e Ebitda negativo de 3,1 milhões, em meio a maiores investimentos em marketing, tecnologia e logística. No acumulado de 2020, a companhia teve lucro de 11,7 milhões de reais.

De todo modo, os quatro analistas consultados pela Refinitiv e que avaliam a Westwing recomendam a compra da ação, prevendo que ela pode subir até mais de 100% em 12 meses, considerando que investimentos em andamento em logística e tecnologia devem fazê-la colher resultados em termos de crescimento e eficiência.

Com o portal e um modelo de marketing bastante familiarizado com o público frequentador de redes sociais, a Westwing se diferencia dos demais negócios de comércio eletrônico por ter um ambiente digital em que seus 300 mil compradores ativos vagueiam pelo site como se estivessem num passeio, diz Mustchler.

Nesse sentido, a maioria dos 430,3 milhões de reais do IPO que vão para o caixa da empresa serão usados em marketing – a Westwing tem estúdio de gravação e revista próprios – enquanto amplia catálogo atual de 1 milhão de produtos, com ênfase em coleções próprias white label.

Outro destino do dinheiro será para abrir dezenas de lojas físicas e a malha logística própria.

A empresa recentemente abriu um centro logístico na zona oeste da capital paulista e deve abrir mais seis hubs nos próximos meses, incluindo nas cidades de Belo Horizonte, Salvador, Rio de Janeiro e Brasília.

“Queremos reduzir os prazos de entrega e os custos de operação”, disse o executivo.

A diretriz para aquisições será direcionada para negócios de tecnologia para complementar a estratégia de crescimento da Westwing. Planos de expansão internacional, ao menos por ora, estão fora do horizonte, complementou.

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