Internacional

Após início explosivo, EUA concluem negociações “difíceis” com a China no Alasca

19 mar 2021, 20:12 - atualizado em 19 mar 2021, 20:12
Autoridades de EUA e China
Os Estados Unidos chegaram a acusar a China de “arrogância”, e ambos os lados sugeriram que o outro havia quebrado o protocolo diplomático (Imagem: Frederic J. Brown/Pool via REUTERS)

Autoridades norte-americanas e chinesas concluíram nesta sexta-feira o que os Estados Unidos chamaram de negociações “difíceis e diretas” no Alasca, que revelaram a profundidade das tensões entre as duas maiores economias do mundo no início do governo Biden.

Os dois dias de reuniões, as primeiras conversas presenciais de alto escalão desde que o presidente dos EUA, Joe Biden, assumiu o cargo, terminaram depois de um inflamado começo de conversa na quinta-feira, quando os dois lados cutucaram publicamente as políticas um do outro na frente das câmeras de TV.

A preparação para as discussões em Anchorage, que ocorreram após as visitas de autoridades norte-americanas aos aliados Japão e Coreia do Sul, foi marcada por uma série de ações dos EUA para mostrar que estava assumindo uma posição firme, assim como por comentários contundentes de alerta da China, avisando aos Estados Unidos para descartar as ilusões de que iria ceder.

“Esperávamos conversas difíceis e diretas sobre uma ampla gama de questões, e foi exatamente isso que tivemos”, disse a repórteres o conselheiro de Segurança Nacional da Casa Branca, Jake Sullivan, momentos depois que a delegação chinesa deixou a sala de reuniões do hotel.

Integrantes da delegação chinesa deixaram o hotel sem falar com repórteres, mas o principal diplomata da China, Yang Jiechi, disse mais tarde à mídia estatal chinesa que as discussões foram construtivas e benéficas, “mas, é claro, ainda há diferenças”.

O secretário de Estado norte-americano, Antony Blinken, ao lado de Sullivan, afirmou não estar surpreso com o fato de os Estados Unidos terem recebido uma “resposta defensiva” da China após levantar suas preocupações sobre os abusos dos direitos humanos em Xinjiang, Tibet e Hong Kong, bem como sobre ataques cibernéticos e pressão sobre Taiwan.

Mas Blinken disse que os dois lados também têm interesses que se cruzam sobre Irã, Coreia do Norte, Afeganistão e mudança climática, e que os Estados Unidos concretizaram nas reuniões o que queriam fazer.

“Sobre economia, comércio, tecnologia, dissemos aos nossos homólogos que estamos revisando essas questões em estreita consulta com o Congresso, com nossos aliados e parceiros, e vamos avançar nelas de uma forma que proteja totalmente e promova os interesses dos nossos trabalhadores e nossos negócios”, disse Blinken.

De acordo com a rede de televisão chinesa CGTN, o conselheiro de Estado da China, Wang Yi, que participou das reuniões, disse que os chineses avisaram aos EUA que a soberania da China é uma questão de princípio e que não subestimem a determinação de Pequim em defendê-la.

Depois dos comentários de abertura na quinta-feira de Blinken sobre o desafio da China a uma ordem internacional baseada em regras, Yang atacou com um discurso criticando a democracia dos EUA e as políticas externas e comerciais.

Os Estados Unidos chegaram a acusar a China de “arrogância”, e ambos os lados sugeriram que o outro havia quebrado o protocolo diplomático.

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reuters@moneytimes.com.br

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