Após iniciar pregão com perdas, ações da Duratex sobem; lucro em 2019 caiu 6%
As ações da Duratex (DTEX3) iniciaram a sessão desta quinta-feira com perdas, mas se recuperou na segunda hora de negociações na B3. A companhia divulgou seu resultado de 2019 na noite de quarta-feira, registrando queda do lucro líquido de 6% para R$ 405,7 milhões, com o lucro líquido recorrente aumentando 1,4% para R$ 275 milhões.
Por volta das 12h15, os papéis da Duratex subiam 1,34% a R$ 16,66, após cair mais de 1% e chegar a uma mínima de R$ 16,02.
No acumulado do ano, o Ebitda ajustado e recorrente da empresa foi de R$ 908,9 milhões, o que representa um aumento de 7,1% em relação ao resultado de 2018.
No trimestre, o Ebitda ajustado e recorrente foi de R$ 278,3 milhões, crescimento de 17,5% na comparação com o mesmo período do ano anterior, justificado pelo diferencial do resultado advindo da aquisição da Cecrisa S.A, que passou a compor o resultado a partir do 4º trimestre, melhora dos ganhos em eficiência operacional das outras unidades e da bem-sucedida implementação de aumento de preços da Divisão Deca.
No ano, a geração de caixa da companhia foi de R$ 459,7 milhões, 181% maior do que o gerado em 2018. Esse valor exclui os dispêndios com o projeto de expansão da Ceusa, a aquisição da Cecrisa e os recebimentos referentes às vendas de ativos florestais realizada no período.
A melhora na gestão de capital de giro, principalmente na negociação de prazo com fornecedores e clientes, levou a companhia a gerar R$ 360,0 milhões no quarto trimestre, 462,7% acima do realizado no mesmo período de 2018, desconsiderando os ganhos extraordinários com a venda de ativos florestais, bem como os gastos não recorrentes vinculados à aquisição da Cecrisa S.A.
Depois dos números, o BTG Pactual (BPAC11) destaca que ainda acredita na história de crescimento plurianual e na expansão estrutural do ROE. No entanto, os analistas entendem que a ação já está refletindo uma impressionante história de crescimento à frente (crescimento de Ebitda ao norte de 60% dos níveis atuais).
Para eles, essa não é uma história barata baseada em múltiplos no curto prazo, mas o potencial de longo prazo ROE se baseou materialmente e acreditam que esse é o aspecto crítico do caso de investimento. Eles enxergam a negociação de ações acima de 10x EBITDA 2020, o que consideram caro, mas vêm espaço para compressão adiante.
Apesar disso, a recomendação de compra está mantida.
Para a Mirae Asset, no geral o resultado operacional ainda não surpreendeu, mas continuam otimista com o setor e com a empresa, esperando que com a retomada gradual da economia, num cenário de juros e inflação baixas, seja beneficiada pela demanda de seus produtos. Os analistas da corretora esperam resultado sólidos e melhores nos próximos trimestres.