‘Klabin (KLBN11) entra em momento de colheita, com foco em ganhos para os acionistas’, diz CEO

A Klabin (KLBN11) vive uma nova fase. Após anos de pesados investimentos, como o Projeto Puma II, em Ortigueira (PR), e Figueira, em Piracicaba (SP), o CEO, Cristiano Teixeira, afirmou que a companhia entra agora em um “momento de colheita, com foco em ganhos para os acionistas”.
“Todo esse ciclo de investimentos colocou a Klabin num momento de colheita. Quem estiver na companhia vai se beneficiar”, disse em teleconferência, nesta quarta-feira (6), com analistas e jornalistas.
Em meio ao atual cenário macroeconômico, classificado pelo executivo como “incerto”, a empresa seguirá priorizando a eficiência e, por ora, não tem novos investimentos no radar, segundo o CEO.
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Tarifas de Donald Trump
Ao comentar a tarifa de 50% imposta recentemente pelos Estados Unidos sobre produtos brasileiros, Teixeira minimizou o impacto. “O efeito do tarifaço foi muito pequeno na Klabin, menos de 2%”, afirmou.
De acordo com ele, a empresa, inclusive, já realocou os volumes afetados para outros lugares. “A gente privilegiava o mercado norte-americano, mas com a taxação, nos voltamos a outros destinos. A princípio, esse efeito vai ser nulo”, ressaltou.
Papelão ondulado ganha destaque
Segundo o executivo, a companhia trabalha para deixar de ser percebida como uma papeleira e passar a ser reconhecida como uma prestadora de serviços por meio dos resultados.
Um dos destaques é o desempenho no segmento de papelão ondulado. De acordo com Teixeira, a Klabin vem ganhando participação de mercado (market share) de forma consistente e já acumula oito anos com prêmios de preço acima da inflação nesse produto.
Apesar de projetar estabilidade nos valores no terceiro trimestre (3T25), ele se mostrou confiante. “Estamos bastante seguros no mercado de papelão ondulado no Brasil”, disse.
O executivo ressaltou que o produto era historicamente subvalorizado no país, mas hoje cerca de 70% do volume está contratado em acordos de três a cinco anos, normalmente renováveis, o que garante previsibilidade e resiliência para a operação.
Klabin: Resultados do 2T25
Na terça-feira (5), a Klabin reportou lucro líquido de R$ 585 milhões no segundo trimestre (2T25), um aumento de 86% em relação ao mesmo período de 2024. A cifra superou as expectativas do mercado, que projetava algo próximo a R$ 486 milhões.
Apesar disso, analistas observam que o Ebitda (lucro operacional antes de juros, impostos, depreciação e amortização) poderia ter sido melhor. Para o Itaú BBA, por exemplo, o valor de R$ 2,04 bilhões veio 5% abaixo da estimativa, que era de R$ 2,15 bilhões.
Em relatório, a casa avalia que os números foram impactados principalmente pelo desempenho da receita e custos, tanto na divisão de celulose quanto na de papel e embalagens.
O BB Investimentos, por outro lado, acredita que o resultado foi positivo, com valores estáveis. O banco destacou o crescimento de 6% nos volumes de celulose e de 4% nas embalagens, com preços mais altos em papéis e kraftliner.