Após forte aumento, etanol deve moderar esta semana, mas com fatores positivos
Até que a Petrobras (PETR3, PETR4) reduzisse em 4% a gasolina na refinaria, na sexta (16), o preço havia chegado aos R$ 1,84, e isso animou as usinas e destilarias a buscarem maior recuperação nos valores do etanol hidratado.
Combinado com maior folga na tancagem das indústrias e uma certa antecipação das destilarias na formação de estoques para o final do ano, o trader e analista Martinho Ono encontra justificativa para a explosão do biocombustível em 6,36% de alta na última semana. O resultado é do levantamento do Cepea/Esalq.
Mas depois desse reajuste, o terceiro no mês, o CEO da SCA Trading acredita que a partir desta segunda (19) a sexta próxima deverá haver algum acomodamento nos preços oferecidos pelos processadores de etanol.
Mesmo porque, segundo a estatal, a gasolina entra hoje valendo pouco acima R$ 1,74 nas unidades refinadoras.
O movimento de alta do etanol, que havia chegado a RS 1,63 há algumas semanas, no entanto, vai se beneficiar mais, daqui para frente, com novembro à vista e fim de safra (e mais açúcar até agora), da menor necessidade de escoamento nos tanques das usinas e destilarias.
Ono vê que muitas empresas passaram o sufoco e agora conseguem administrar melhor os inventários, ao mesmo tempo que as distribuidoras devem acelerar mais as necessidades de compra visando os próximos meses.
Com o etanol tendendo a crescer na comercialização, após o melhor mês de vendas no ano, em setembro – 1,7 bilhão de litros, de acordo com a Unica – e oferta encurtando, ele pensa que as vantagens permanecem, ainda mais com o petróleo se mantendo acima dos US$ 42 o barril na bolsa de Londres.
O dólar seguindo na margem de R$ 5,60 é outro fator importante a se considerar, explica Ono, na medida que precifica o câmbio na margem final.