Mercados

Após forte alta da véspera, Ibovespa futuro inicia com queda a terça-feira

14 jan 2020, 9:25 - atualizado em 14 jan 2020, 9:35
Mercados Ibovespa 3
O mercado realiza lucros da sessão anterior, enquanto espera a assinatura do acordo comercial (Imagem: Reuters/Amanda Perobelli)

Depois do resultado positivo da véspera, o índice futuro do Ibovespa inicia a jornada desta terça-feira com perdas de 0,15% aos 117.525 pontos, enquanto o dólar soma 0,25% a R$ 4,1569.

O mercado realiza lucros da sessão anterior, enquanto espera a assinatura do acordo comercial entre Estados Unidos e China amanhã.

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– Cenário Interno

Setor de Serviços

O volume de serviços recuou 0,1% em novembro, na comparação com o mês anterior, após dois resultados positivos em setembro e outubro. Já em relação a novembro de 2018, houve crescimento de 1,8%, segundo a Pesquisa Mensal de Serviços, divulgada hoje (14) pelo IBGE. No acumulado do ano, o setor avançou 0,9%.

Para o gerente da pesquisa, Rodrigo Lobo, a leitura do mês mostra um saldo positivo para o setor no ano. “É uma acomodação dos últimos dois resultados.

O volume de serviços recuou 0,1% em novembro, na comparação com o mês anterior (Imagem: Reuters/Marko Djurica)

Tivemos setembro com alta de 1,5% e outubro com alta de 0,8%, acumulando 2,2% no período. Se analisamos de julho a novembro, o volume de serviços cresceu 2,9%”, explica, lembrando que o volume de serviços ainda está 9,8% abaixo do recorde alcançado em novembro de 2014.

De outubro para novembro, houve quedas em três das cinco atividades: transportes, serviços auxiliares aos transportes e correio (-0,7%), serviços de informação e comunicação (-0,4%) e serviços prestados às famílias (-1,5%).

– Cenário Externo

China – Exportações

As exportações da China subiram pela primeira vez em cinco meses em dezembro e mais do que o esperado, sinalizando uma modesta recuperação na demanda no momento em que Pequim e Washington concordaram em aliviar sua guerra comercial.

Após um ano difícil, as exportações da China terminaram 2019 em alta, subindo 7,6% em dezembro sobre o ano anterior (Imagem: Reuters/China Daily

As duas maiores economias do mundo deverão assinar a fase 1 do acordo comercial na quarta-feira, marcando um significativo alívio mas não o fim da disputa.

Após um ano difícil, as exportações da China terminaram 2019 em alta, subindo 7,6% em dezembro sobre o ano anterior, mostraram dados da alfândega nesta terça-feira. A expectativa em pesquisa da Reuters era de aumento de 3,2%, após queda de 1,3% em novembro.

China – Acordo Comercial

A China prometeu comprar quase 80 bilhões de dólares em produtos manufaturados adicionais dos Estados Unidos ao longo dos próximos dois anos como parte da trégua na guerra comercial, de acordo com uma fonte.

Sob os termos do acordo comercial a ser assinado na quarta-feira em Washington, a China também comprará mais de 50 bilhões de dólares a mais em oferta de energia, e ampliará as compras de serviços dos EUA em cerca de 35 bilhões de dólares no mesmo período de dois anos, disse a fonte à Reuters na segunda-feira.

Sob os termos do acordo comercial a ser assinado na quarta-feira em Washington, a China também comprará mais de 50 bilhões de dólares a mais em oferta de energia (Imagem: REUTERS/Jason Lee)

A fase 1 do acordo determina que as compras chinesas de produtos agrícolas dos EUA aumentem em cerca de 32 bilhões de dólares em dois anos, ou cerca de 16 bilhões por ano, disse a fonte, que foi informada sobre o acordo.

China – Economia

A China buscará um bom começo para o desenvolvimento econômico no primeiro trimestre de 2020 e acelerará a emissão de títulos especiais para investimentos em infraestrutura por governos locais, informou a rádio estatal chinesa, citando comentários do primeiro-ministro Li Keqiang.

Li também reiterou que a China manterá sua atividade econômica dentro de um intervalo razoável em 2020 e que orientará as instituições financeiras a aumentarem o apoio ao setor manufatureiro, companhias privadas e pequenas e médias empresas, segundo a notícia.

Zona do Euro

O crescimento e a inflação da zona do euro parecem estar se estabilizando após grandes quedas no ano passado, justificando o prolongado estímulo do Banco Central Europeu, disse nesta terça-feira o membro do conselho do BCE Yves Mersch.

O BCE aprovou uma série de medidas de apoio em setembro apesar da oposição de muitas autoridades, na esperança de deter um declínio persistente no crescimento que até levantou temores de recessão, principalmente na Alemanha, a maior economia do bloco.

O BCE aprovou uma série de medidas de apoio em setembro apesar da oposição de muitas autoridades (Imagem: Unsplash/@maurosbicego)

“A economia certamente está dando bons sinais de estabilização … e o mesmo vale um pouco para a inflação”, disse Mersch durante uma conferência financeira em Frankfurt.

BOLSAS INTERNACIONAIS

Em TÓQUIO, o índice Nikkei avançou 0,73%, a 24.025 pontos. Em HONG KONG, o índice HANG SENG caiu 0,24%, a 28.885 pontos. Em XANGAI, o índice SSEC perdeu 0,28%, a 3.106 pontos. O índice CSI300, que reúne as maiores companhias listadas em XANGAI e SHENZHEN, retrocedeu 0,34%, a 4.189 pontos.

Na Europa, o dia é de perdas, mas com os índices perto da estabilidade. Em Frankfurt, o DAX cede 0,04% aos 13.446 pontos, com o FTSE, de Londres, recuando 0,01% aos 7.615 pontos. Já em Paris, o CAC cai 0,15% aos 6.027 pontos.

COMODITIES

A jornada desta terça-feira foi marcada por importante avanço nas cotações dos contratos futuros do minério de ferro, que são negociados na bolsa de mercadorias da cidade de Dalian, na China.

O ativo com o maior volume de operações, com data de vencimento para maio deste ano, teve valorização de 2,13% a 671,50 iuanes por tonelada (Imagem: REUTERS/Stringer)

O ativo com o maior volume de operações, com data de vencimento para maio deste ano, teve valorização de 2,13% a 671,50 iuanes por tonelada, o que representa um avanço de 14 iuanes em relação aos 657,50 iuanes por tonelada de liquidação da véspera.

No mesmo sentido, o segundo dia da semana também teve ganhos para os preços dos papéis futuros do vergalhão de aço, transacionados na também chinesa bolsa de mercadorias de Xangai.

O contrato de maior liquidez, com entrega para maio de 2020, somou 21 iuanes para 3.570 iuanes por tonelada, enquanto que o de janeiro, o mais curto, avançou 88 iuanes para 3.925 iuanes por tonelada.

O dia também tem ganhos nos preços do petróleo. O barril do tipo Brent, de Londres, soma 0,86%, ou US$ 0,55, a US$ 64,75. Já em Nova York, o WTI ganha 0,71%, ou US$ 0,41, a US$ 58,49.

MERCADO CORPORATIVO

– Itaú e Indusval

Itaú Unibanco (ITUB4) e o Banco Indusval decidiram entrar na área de comercialização de energia elétrica, um mercado que tem crescido em ritmo acelerado no Brasil, em meio a bons resultados das empresas que operam com “trading” de eletricidade ao longo dos últimos anos.

O Itaú Unibanco e o Banco Indusval decidiram entrar na área de comercialização de energia elétrica (Imagem: Rafael Borges/MoneyTimes

O maior banco privado da América Latina anunciou nesta segunda-feira a criação de uma diretoria de comercialização de energia em sua unidade de investimento Itaú BBA, enquanto o Indusval teve aval do órgão antitruste brasileiro para comprar uma comercializadora do Grupo Matrix, da DXT Commodities.

Com o movimento, as instituições financeiras somam-se ao banco BTG Pactual, que opera no mercado elétrico desde 2010, quando comprou a Coomex, e ao Santander Brasil, que abriu uma unidade de comercialização no final de 2018.

A aposta dos bancos no setor acontece em meio a planos do governo brasileiro de levar adiante uma reforma regulatória que ampliaria o mercado livre de eletricidade, segmento em que grandes consumidores, como indústrias e centros comerciais, podem negociar o suprimento diretamente junto a geradores ou comercializadoras.

A aposta dos bancos no setor acontece em meio a planos do governo brasileiro de levar adiante uma reforma regulatória que ampliaria o mercado livre de eletricidade (Imagem: Unsplash/@cdubo)

O número de comercializadoras de energia em operação no Brasil saltou 19% entre janeiro e outubro do ano passado, para 324 empresas, segundo dados mais recentes da Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE).

– Hydro

A norte-americana GE anunciou nesta segunda-feira a nomeação de Cláudio Trejger como presidente e CEO para o negócio de Hydro da empresa na América Latina, que é operado sob a marca GE Renewable Energy.

Com 16 anos de trabalho no setor de hidrelétricas e tendo ingressado na GE em 2015, Trejger atuava desde agosto do ano passado como líder interino de Hydro na América Latina, cargo que acumulava com a diretoria comercial para Hydro na região —posto que assumira em julho de 2017.

Com 16 anos de trabalho no setor de hidrelétricas e tendo ingressado na GE em 2015 (Imagem: REUTERS/Vincent Kessler)

“(Ele) terá como principal missão liderar a organização diante dos desafios e oportunidades do mercado, incluindo modernizações de hidrelétricas, PCHs e a potencial retomada de investimentos em novas usinas no Brasil”, disse a companhia em nota.

– Pesticida

A Comissão Europeia decidiu nesta segunda-feira não renovar a aprovação concedida a um pesticida associado a danos em abelhas, o que na prática proíbe o inseticida da Bayer conhecido como tiaclopride.

A decisão pelo banimento segue-se a uma aprovação pela maioria dos governos da União Europeia em outubro do ano passado e é baseada em uma proposta da Comissão, o Poder Executivo do bloco.

Agricultores não poderão utilizar o inseticida, vendido sob as marcas Calypso e Biscaya, após 30 de abril deste ano (Imagem: REUTERS/Juan Carlos Ulate)

“Há preocupações ambientais relacionadas ao uso desse pesticida, principalmente quanto a seu impacto sobre os lençóis freáticos, mas também em relação à saúde humana”, disse em comunicado a comissária de Saúde, Stella Kyriakides, apontando possíveis danos à fertilidade.

Agricultores não poderão utilizar o inseticida, vendido sob as marcas Calypso e Biscaya, após 30 de abril deste ano, quando a atual aprovação expira.

– Ceiba

A empresa de private equity Denham Capital fechou acordo para investir 250 milhões de dólares na Ceiba Energy, proprietária de ativos de geração de energia na América Latina, informaram as empresas nesta segunda-feira.

O investimento visa permitir que a Ceiba expanda seu portfólio de projetos em energia na região, onde atualmente controla mais de 50 instalações, incluindo unidades de energia renovável e usinas termelétricas a gás, disseram as companhias em comunicado.

A Ceiba espera impulsionar negócios em países onde sua direção possui conhecimento das estruturas jurídicas e dos ambientes de investimento, ou onde já possui ativos —como México, Colômbia, Brasil, Chile, Panamá e Peru.

AGENDA DE AUTORIDADES

– Jair Bolsonaro

O presidente da República inicia a terça-feira recebendo o ministro do Turismo, Marcelo Álvaro Antonio. Na parte da tarde, tem reunião com Paulo Guedes, ministro da Economia e, em seguida, com Gustavo Canuto, Ministro de Estado do Desenvolvimento Regional. O dia chega ao fim com reunião com o almirante de esquadra Celso Luiz Nazareth, Chefe do Estado-Maior da Armada.

– Paulo Guedes

Até as 9 horas desta terça-feira, o ministério da Economia não havia divulgado a agenda do ministro para o dia.