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Após evento, elétrica pode despachar ‘pancada’ com retorno de dividendos de até 29%

20 jun 2023, 19:48 - atualizado em 20 jun 2023, 19:48
Auren
Ao todo, a companhia receberá R$ 4,2 bilhões, que deverá ser pago até o próximo dia 29/junho de 2023 (Imagem: REUTERS/Sergio Perez)

Analistas elogiaram o movimento da Auren Energia (AURE3) após a empresa ter celebrado a securitização dos fluxos de recebimento da indenização da Usina Três Irmãos.

Ao todo, a companhia receberá R$ 4,2 bilhões, que deverá ser pago até o próximo dia 29 de junho de 2023. A bolada representa 29% do valor de mercado da empresa em termos brutos.

De acordo com bancos e corretoras, pelo menos R$ 1,5 bi desse valor pode ser revertido para dividendos, se não todo o montante, afirma a Genial Investimentos.

“A parte dessa quantia ou a sua totalidade (R$ 4,2 bilhões, senão considerarmos que a incidência de tributos) deve ser distribuída no formato de dividendos, implicando em um rendimento potencial de até 22-29% em proventos a depender da agressividade da empresa”, afirma o analista Vitor Sousa.

Ele lista três fatores para sustentar a tese. São eles:

  • baixo endividamento: Auren encerrou o último trimestre com uma dívida líquida de R$ 2.7 bilhões, representando em uma alavancagem de 1.6x dívida líquida sobre o Ebitda – ou seja, baixo;
  • a empresa deverá gerar R$ 1-1,2 bilhões em fluxo de caixa operacional nos próximos anos. Vale lembrar, segundo o analista, que a Auren tem um portfólio de geração com uma contratação de até 95-97% até entre 2023 e 2026.
  • baixa necessidade de investimentos: Auren não tem grandes projetos em desenvolvimento. Sendo assim, a necessidade de caixa derivada da necessidade de investimentos é muito limitada, principalmente após 2024;

Já o JPMorgan acrescenta que o evento elimina qualquer preocupação com os recebíveis da conta RGR que paga a indenização à Auren.,

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O banco diz ainda que o mais provável é que Auren continue em busca de fusões e aquisições ou de um leilão de transmissão, “mas dividendos adicionais não estão descartados”.

Na visão do Itaú BBA, a notícia é positiva e permite à empresa antecipar os recebíveis e pagar dividendos maiores. A elétrica já havia distribuído R$ 1,5 bilhão em dividendos e avalia o pagamento extraordinário de dividendos no mesmo valor.

“A securitização abre espaço para que a empresa anuncie um dividendo extraordinário de R$ 1,5 bilhão, representando um yield de 10%. Além disso, dada a sólida posição do balanço patrimonial da empresa (a alavancagem atual é de 1,6x e agora deve reduzir ainda mais), acreditamos que a Auren será capaz de crescer enquanto paga ricos dividendos”, argumenta.

O BTG Pactual segue pelo mesmo caminho ao dizer que, embora já esperada, a operação é positiva para Auren.

“A securitização da indenização de Três Irmãos aumenta significativamente a probabilidade desse pagamento extraordinário de dividendos, ao mesmo tempo em que deixa espaço para crescimento”, discorre.

O banco vê ação negociado a uma TIR (taxa interna de retorno) real de aproximadamente 10%, com chances altas de gerar rendimento superior a 10% no final do ano.

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