Política

Após dizer que pacote anticrime não é prioridade, Bolsonaro diz esperar que Câmara vote projeto

08 ago 2019, 21:16 - atualizado em 08 ago 2019, 21:16
Moro, por sua vez, reconheceu a importância de reformas econômicas, mas afirmou que a população também quer mais segurança (Imagem: REUTERS/Adriano Machado)

Após dizer mais cedo nesta quinta-feira que o pacote anticrime, formulado pelo ministro da Justiça e Segurança Pública, Sergio Moro, terá de esperar e que a prioridade do governo após a Previdência é a reforma tributária, o presidente Jair Bolsonaro afirmou em transmissão em rede social ao lado de Moro que espera que a Câmara dos Deputados coloque a proposta em votação.

“Foi votado o segundo turno da reforma da Previdência na Câmara, segue agora para o Senado, e nosso interesse –mas a decisão é da Câmara, inicialmente– a gente gostaria que a Câmara botasse em discussão e em votação o pacote anticrime”, disse Bolsonaro em sua transmissão ao vivo em uma rede social, tendo Moro sentado à sua direita.

“A gente espera que isso realmente vá para frente”, acrescentou o presidente.

Moro, por sua vez, reconheceu a importância de reformas econômicas, mas afirmou que a população também quer mais segurança e defendeu a aprovação das medidas que enviou ao Congresso Nacional.

Mais cedo, em entrevista ao sair do Palácio da Alvorada pela manhã, Bolsonaro apontou a reforma tributária como prioridade do Executivo após a conclusão das mudanças previdenciárias, e descartou apoio do Palácio do Planalto a uma tramitação acelerada do pacote anticrime.

“Entendo a angústia dele (Moro) querer que o projeto dele vá para frente, mas nós temos que diminuir o desemprego, fazer o Brasil andar. Essa é a nossa preocupação maior”, disse Bolsonaro pela manhã.

“E sabemos que uma pressão em cima da reforma dele agora atrapalha um pouco a tramitação da nossa reforma mãe, que é a da Previdência. Eu tenho falado para ele ter um pouco mais de paciência”, acrescentou o presidente na ocasião.

Moro apresentou um pacote de medidas de segurança e combate à corrupção pouco antes de o governo enviar ao Congresso a proposta de reforma da Previdência, o que foi criticado por parlamentares justamente porque poderia atrapalhar a reforma previdenciária.

O pacote anticrime, como está sendo chamado, acabou relegado a segundo plano e passou primeiro por um grupo de trabalho antes de passar a ser analisado em uma comissão especial da Câmara, onde o ministro tem sofrido derrotas.

Moro tem cobrado um empenho maior do governo em defesa das medidas e, apesar de Bolsonaro ter deixado claro pela manhã que a proposta não era a prioridade neste momento, conseguiu um aceno do presidente no início da noite em sua já tradicional transmissão semanal pelas redes sociais.

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