Economia

Após desmentidos, Paulo Guedes nega ruídos no governo e diz que equipe é muito “sintonizada”

08 jan 2019, 8:25 - atualizado em 08 jan 2019, 8:28

O ministro da Economia, Paulo Guedes, aproveitou a cerimônia de transmissão de cargo do presidente do Banco do Brasil (BB), Rubens Novaes, hoje à tarde, para negar ruídos entre os membros do governo. “Todo mundo acha que há discussão entre nós, uma briga. Somos uma equipe muito sintonizada”, afirmou. A declaração vem depois dos desencontros na semana passada entre o presidente da República, Jair Bolsonaro, e sua equipe.

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Bolsonaro anunciou em entrevista ao SBT na quarta-feira a idade mínima que seria proposta na reforma da Previdência como sendo 62 anos para os homens e 57 para mulheres, mas foi desmentido pelo chefe da Casa Civil, Onix Lorenzoni, que negou que já esteja definido o projeto que será enviado ao Congresso.

Na sexta-feira, Bolsonaro anunciou em entrevista coletiva que havia assinado um decreto para aumento da alíquota de IOF para compensar os subsídios aprovados pelo Congresso para empresas se estalarem no Norte e no Nordeste no fim do ano passado. Novamente, ele foi desmentido pelo secretário da Receita, Marcos Cintra, e por Lorenzoni.

Opinião ou divisão?

As idas e vindas criaram preocupação nos mercados pois indicaram falta de coordenação entre o presidente e sua equipe. O receio é de que as declarações de Bolsonaro, mais do que opiniões particulares, reflitam grupos dentro do governo que discordam das propostas do superministro da Economia e do chefe da Casa Civil.

As declarações de Guedes buscam rebater essa visão e indicar a unidade da equipe de Bolsonaro, que precisará mais do que nunca de união para aprovar a complexa reforma da Previdência e outras medidas neste início de ano.

Foco no Paulo Guedes

Para a Rosenberg Associados, na dúvida, os olhares deverão continuar voltados ao que diz Paulo Guedes. O bate-cabeça do início do governo, acredita a consultoria, não ofuscou a animação dos mercados, em grande parte devido ao discurso liberal do novo ministro e ao progresso na construção de alianças, ao vislumbre de uma nova articulação política. “Afinal, a carta de boas intenções de Guedes necessita de fiadores no Congresso: o apoio à candidatura de Rodrigo Maia à presidência da Câmara parece garantir meio caminho andado.

Distribuição de renda

Em seguida, Guedes repetiu pontos que já havia levantado na cerimônia da posse de Novaes, mais cedo no Palácio do Planalto, afirmando que o governo deve, sim, promover distribuição de renda e programas sociais, mas sem comprometer a rentabilidade dos bancos públicos.

Guedes também condenou o aparelhamento de instituições públicas por interesses particulares que teria ocorrido no passado. “O aparelho de estado brasileiro foi ocupado, e cada um foi lá, cada grupo de interesse, cada grupo corporativo foi lá e pegou um pedaço, pegou uma teta. Sempre perguntando: ‘ que eu posso tirar do Brasil?’ Nosso grupo tem a mentalidade que é o contrário: o que nós podemos dar ao país?”, disse Guedes.

Com informações da Agência Brasil.