Após derretimento, chegou a hora de voltar a comprar Americanas; BB vê espaço de alta para 104%
A Americanas SA (AMER3) não vive um ano fácil no que diz respeito ao desempenho das ações: os papéis acumulam queda de 51,3%. Uma economia mais cambaleante somada ao aumento da concorrência pegou o setor em cheio.
Mas esse tombo pode ser, na verdade, uma bela entrada no segmento, que despontou durante a pandemia, aponta o BB Investimentos em relatório enviado a clientes.
Segundo a analista Georgia Jorge, o preço corrente está muito aquém do valor justo da varejista. Com isso, a corretora elevou a recomendação de neutro para compra com preço-alvo de R$ 75,3 até 2022, potencial de alta de 104% ante o último fechamento.
“Incorporamos os resultados referentes ao primeiro semestre na avaliação da Americanas, bem como revisitamos premissas de crescimento e rentabilidade para o curto prazo, contemplando a redução da alavancagem financeira nos próximos mese”, diz.
O que esperar?
Na visão da analista, os canais digitais da Americanas devem seguir apresentando forte crescimento, tanto por conta das iniciativas tomadas para aumentar a competitividade dos sellers e aumentar o nível de serviço, quanto devido às iniciativas para aumentar a recorrência do cliente.
“Apesar disso, não observamos recuperação das margens operacionais ainda este ano, mas sim apenas de 2022 em diante, conforme a companhia for sendo capaz de diluir as despesas com vendas e cash back”, ressalta.
E a fusão entre Americanas e B2W?
Para a especilialista, com a fusão, a Americanas pode acelerar suas vendas no marketplace combinado com melhoria do NPS, bem como estimular o crescimento acelerado do negócio de advertising (soluções de mídia, tecnologia e conteúdo oferecidas aos sellers do seu marketplace visando impulsionar suas vendas), “tudo isso mantendo a geração de caixa”.
Além disso, Georgia destaca a recente aquisição do Hortifruti Natural da Terra, rede varejista especializada em produtos frescos com 73 lojas em quatro estados de atuação.
“Referida aquisição complementa o sortimento de produtos frescos oferecidos aos clientes, bem como permite o aumento de recorrência de compras dada a alta frequência dos produtos dessa categoria”, completa.
Magazine e Via
O BB também revisou o preço-alvo da Magazine Luiza (MGLU3) e Via (VIIA3). Ambas as ações têm grande potencial de alta, mas uma pode crescer mais. Veja no quadro:
Via | Magazine | |
---|---|---|
Preço-alvo | R$ 20 | R$ 22,90 |
Potencial de alta | 130% | 38% |
Recomendação | Compra | Compra |
GMV* | R$ 21,7 bi | R$ 26 bi |
*GMV (volume bruto de mercadoria, em português) no primeiro semestre
De acordo com a analista Georgia, que assina o relatório, os esforços da dona da Casas Bahia em diversificar suas fontes de receita, ampliando o sortimento de categorias de produtos aos consumidores, aumentando os serviços disponíveis aos vendedores do marketplace e, principalmente, expandindo os serviços financeiros oferecidos no BanQi, “devem contribuir positivamente para a Via apresenta performance superior à do mercado nos próximos trimestres”.
No caso do Magazine Luiza, a analista diz que a capacidade de manter forte crescimento de vendas em diferentes cenários é o que a diferencia das demais companhias do setor.
“Mesmo diante de uma forte base comparativa, a companhia tem mantido constância de seu crescimento graças à maturação das diversas iniciativas tomadas ao longo dos últimos visando aumentar sua relevância junto aos consumidores”, pontua.