Após Covid-19, bancos dos EUA já não ganham como antes sobre os depósitos de clientes
Os Grandes bancos nos Estados Unidos estão fazendo menos dinheiro com os depósitos de correntistas do que conseguiam antes da pandemia de coronavírus.
A receita líquida de juros, diferença entre o que o banco paga pelo dinheiro e o que recebe ao emprestá-lo, caiu em cinco bilhões de dólares, ou 10%, nos quatro maiores bancos do país no segundo trimestre em relação ao mesmo período do ano passado.
O recuo ocorreu depois que o Federal Reserve derrubou as taxas de juros em março para quase zero para apoiar a economia.
O JPMorgan Chase, por exemplo, divulgou que o spread gerado por depósitos de correntistas caiu para 1,52% no segundo trimestre, ante 2,60% no ano passado, quando a taxa de juros do Fed estava em 2,25%.
Já o Bank of America, maior em depósitos de correntistas do país, disse que o lucro a partir das poupanças caiu para 785 milhões, ante 2,2 bilhões de dólares um ano antes.
“Estes depósitos não são tão valiosos em um ambiente de juros baixos”, disse o vice-presidente financeiro, Paul Donofrio, a analistas do setor.
Após a pandemia, os bancos receberam uma enxurrada de novos depósitos, mas estão relutantes em investir este dinheiro por receio de que pessoas e empresas rapidamente peguem de volta.
O analista do setor bancário David Hendler, da Viola Risk Advisors, afirmou que o crescimento do crédito não é uma opção dada a fraca demanda e risco de inadimplência. “As margens dos bancos estão pressionadas e eles não têm muitas alavancadas para puxar”, disse Hendler.