Após anos vista como cara, WEG (WEGE3) vira indicação de compra do BTG; ações disparam
As ações da WEG (WEGE3) encerraram em forte alta nesta segunda-feira (20), após o BTG Pactual elevar a recomendação para compra.
Destaque de alta hoje, o papel da companhia subiu 5,56%, cotado a R$ 24,10.
Além da mudança de recomendação, o BTG apresentou um novo preço-alvo estimado de R$ 40 para 2023, o que implica um potencial de valorização de 70% em relação à cotação do último fechamento.
Essa é a primeira recomendação de compra do BTG para o nome, cuja ação faz parte da cobertura do banco há anos. Para os analistas, a WEG tem uma das melhores histórias de criação de valor dentro do mercado de ações brasileiro.
“Os fundamentos estão mais fortes que nunca, refletindo sua impressionante entrega durante a pandemia e reforçando seu modelo de negócios à prova de crise”, afirmam Lucas Marquiori, Fernanda Recchia e Aline Gil, analistas do BTG que assinam o relatório divulgado nesta segunda.
Ação para “todos os tipos de clima”
Na avaliação do BTG, a WEG é uma ação defensiva, boa para os momentos de incerteza do mercado.
O banco chama atenção para a resiliência dos negócios, com manutenção de crescimento saudável e boas margens. Analistas destacam que a WEG está alavancando seu processo de produção verticalmente integrada para ganhar participação de outros produtores que se apoiam pesadamente em fornecedores terceirizados.
Além disso, a companhia começou a operar em outras regiões promissoras, como Índia e Turquia. A expansão das operações nesses mercados deve suportar o crescimento contínuo no mercado externo, avaliam Marquiori, Recchia e Gil.
Por dentro das tendências
A WEG tem uma “característica única”, afirma o BTG. A companhia está exposta a várias tendências de longo prazo na indústria manufatureira global.
O banco citou as quatro principais tendências do setor que o modelo de negócios da WEG consegue aproveitar:
- eficiência energética;
- energias renováveis;
- digitalização; e
- mobilidade elétrica.
O movimento de sustentabilidade global tem impulsionado a procura por fontes de energia mais “verdes”, como solar e eólica.
A WEG já está colhendo os frutos dessa tendência. No início do ano, a companhia anunciou a assinatura de um contrato de turbinas eólicas junto com a CGT Eletrosul.
O acordo de R$ 2,1 bilhões contempla 72 turbinas com capacidade de 4,2 MW e reforça a posição cada vez mais forte da WEG (embora menor que a dos pares globais Siemens, GE, Vestas e Nordex) dentro da indústria, comenta o BTG.
Bom ponto de entrada
A principal razão do rating neutro do BTG para a WEG era o prêmio exagerado da ação em relação aos pares globais. Porém, após cair cerca de 30% no acumulado do ano, o papel passou a oferecer bom ponto de entrada.
“Dada a queda recente das ações, vemos que o gap de valuation se fechando significativamente, o que nos leva a ficar mais otimistas em relação à WEG. Para comparação, vemos a WEG precificando um prêmio de 54% para outros produtores globais, materialmente abaixo do prêmio de 92% visto nos últimos anos”, explicam os analistas da casa.
O prêmio atual é justo, diz o BTG, considerando o maior potencial de crescimento da companhia devido à sua forte presença nos mercados emergentes.
A XP Investimentos, que também voltou a falar da WEG nesta segunda, reforça a perspectiva positiva para a empresa. A corretora parte da mesma perspectiva: as ações estão atrativas após a queda das ações em 2022.
“Embora uma contração dos múltiplos deva ser razoável após o aumento recente das taxas de juros, não vemos os níveis atuais de valuation refletindo as fortes perspectivas de crescimento e spreads de retorno da WEG”, comentam os analistas Lucas Laghi e Pedro Bruno.
Para a XP, a WEG tem um “raro alinhamento de crescimento e retorno”.
A corretora tem recomendação de compra e preço-alvo de R$ 45 para as ações.
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