Após 8 quedas, Ibovespa sobe antes de decisão de juros nos EUA
O Ibovespa avançava nesta quarta-feira, após uma sequência de oito pregões no vermelho, com agentes financeiros na expectativa para o desfecho da reunião do banco central dos Estados Unidos sobre juros.
Às 11:36, o Ibovespa subia 1,48%, a 103.572,02 pontos. O volume financeiro nesta véspera de feriado no Brasil somava 8,2 bilhões de reais.
Na segunda-feira, o Ibovespa fechou em baixa de 0,52%, a oitava queda seguida, maior série de perdas desde setembro de 2015, quando também caiu oito sessões. A última vez em que o índice registrou mais quedas consecutivas foi em 1998 – nove.
A sessão também é marcada pelo vencimento de contrato futuro do Ibovespa, que subia 1,35%. O contrato seguinte, que expira em 17 de agosto, avançava 1,4%
Nos EUA, o Federal Reserve anuncia decisão de política monetária às 15h (horário de Brasília), com analistas esperando alta de 0,75 ponto percentual nos juros dos Estados Unidos, o primeiro aumento dessa magnitude desde 1994, elevando a taxa para uma faixa de 1,5% a 1,75%.
O Fed também divulgará projeções atualizadas de seus integrantes para crescimento econômico, inflação, desemprego e taxas de juros para os próximos anos. E o chair do Fed, Jerome Powell, fala com imprensa às 15h30 – e terá muito o que dizer.
De acordo com o analista senior do Swissquote Bank Ipek Ozkardeskaya, investidores sabem que o Fed quer ser mais agressivo diante de uma inflação difícil de arrefecer, e que ele deve apenas confirmar as apostas, conforme nota a clientes enviada nesta quarta-feira
“Se o Fed surpreender com uma alta de 0,50 ponto, o mercado certamente se recuperará com alívio. Mas o principal objetivo do Fed é domar a inflação agora, e não impulsionar os mercados de ações”, acrescentou.
Destaques
Natura&Co (NTCO3) disparava 9,5%, em sessão de recuperação de papéis de consumo e após anúncio reorganização da estrutura corporativa do grupo, que inclui a saída de Roberto Marques da presidência e a entrada de Fábio Barbosa, ex-presidente do Santander Brasil, para liderar a fabricante de cosméticos.
CVC (CVCB3) avançava 5,5%, buscando a primeira alta desde o final de maio, acompanhando o tom positivo na bolsa como um todo. No setor de viagens, Gol (GOLL4) e Azul (AZUL4) subiam 5,8% e 4,55%, respectivamente, após sanção presidencial de novas regras do setor aéreo com veto à proibição de cobrança por bagagem.
Inter (BIDI11) valorizava-se 6,9%, buscando no viés mais comprador do pregão apoio para subir depois de perdas relevantes nas últimas sessões, capitaneando os ganhos entre os bancos do Ibovespa. Entre os bancos com maior peso no índice, Itaú (ITUB4) tinha elevação de 1,95% e Bradesco (BBDC4) avançava 1%.
Vale (VALE3), mostrava acréscimo de 1,85%, mesmo com a queda dos preços do minério de ferro na China.
Petrobras (PETR4) registrava variação negativa de apenas 0,4%, em sessão de relativa fraqueza dos preços do petróleo. Fontes também afirmaram à Reuters na véspera que a companhia deve evitar elevar as cotações até pelo menos o encerramento das discussões no Congresso Nacional, que podem resultar em uma menor tributação dos combustíveis.
Iguatemi (IGTI11) avançava 3,6%, após dados operacionais que mostraram que as vendas em mesmas lojas nos shopping centers operados pela companhia em abril e maio cresceram 33,2% em comparação a igual período de 2019. No setor, Multiplan (MULT3) subia 3,4% e BRMalls (BRML3) tinha alta de 1,6%.
Weg(WEGE3) cedia 1,6%, também entre os poucos papéis do Ibovespa no vermelho. Na véspera, na contramão do índice, a ação subiu 1,8%.
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