Apetite dos investidores por risco cresce em julho, segundo boletim da CVM
Em julho, o apetite dos investidores por risco voltou a crescer, de acordo com o último boletim de risco da CVM (Comissão de Valores Mobiliários). Segundo a autarquia, a maior disposição para alocar capital em ativos de risco é sustentada pela melhora da percepção do mercado sobre os países emergentes, incluindo o Brasil.
De um lado, o boletim mostra uma queda generalizada nos indicadores de risco. Das quatro curvas acompanhadas pela CVM, três recuaram – risco macroeconômico, medido pelo CDS (Credit Default Swap); o risco de mercado, baseado na evolução do MSCI; e o risco de crédito, que apura a probabilidade de inadimplência de empresas listadas na B3 (B3SA3).
Apenas o indicador de risco de liquidez continua elevado, segundo a CVM. O indicador é calculado com base na diferença entre o preço de venda e o preço de compra de determinado ativo. Quanto menor ela for, mais líquido é o ativo.
A CVM pondera, contudo, que a redução geral dos indicadores de risco não impediu que o real se desvalorizasse e o CDS soberano subisse, enquanto os juros nominais mantinham a tendência de queda.
Fator político
De qualquer modo, a autarquia acrescenta que o menor risco de mercado foi acompanhado, de modo coerente, pela melhoria de indicadores de desempenho, como o MSCI Brasil, e também pela queda no índice de volatilidade.
Segundo o boletim, isso mostra que “o choque de volatilidade infligido pela pandemia nos mercados financeiros já encontra-se mitigado, ao menos, por hora (sic).” Alinhado a isso, a CVM aponta para a estabilização do volume negociado pelos investidores estrangeiros no mercado brasileiro.
A única ressalva da CVM é o distanciamento entre o Brasil e os demais emergentes, medida pelo spread de risco em relação aos tresuries norte-americanos. Para a autarquia, esse descolamento sinaliza “que questões específicas ao contexto político e econômico brasileiro ainda tendem a influir negativamente nos indicadores de risco.”