Apesar dos resultados fracos, ações da Yduqs seguem promissoras
O setor de educação continua pressionado pela crise do coronavírus, mas isso não tira o brilho das ações da Yduqs (YDUQ3) no longo prazo, apontam analistas.
A empresa reverteu o lucro de R$ 58 milhões e fechou o quarto trimestre de 2020 com prejuízo de R$ 102 milhões.
De acordo com a Ativa Investimentos, os números foram fortemente impactados por efeitos não-recorrentes.
“O aumento nos gastos com provisões para devedores duvidosos impactou fortemente o Ebitda e margem que, por consequência, culminaram em prejuízo líquido no período”, afirma o analista Leo Monteiro, que assina o documento.
A XP Investimentos também reforça a visão, argumentando que a Yduqs apresentou um resultado misto, com destaque para o ensino a distância, que cresceu 64% (7% acima das estimativas), e com uma melhora na evasão ante o mesmo período de 2019.
O Ebitda, que mede o resultado operacional, de R$ 274 milhões ficou 4% abaixo da expectativa, puxado pelas altas provisões devido a Covid.
Por outro lado, a contas a receber foi de 96 dias de vendas, comparado a 103 dias no quarto trimestre de 2019 e 11 dias abaixo das estimativas, “o que é um sinal positivo”, afirma.
Nem tudo está perdido
O resultado mais fraco não tira os méritos da Yduqs no ensino a distância, segmento que ganhou grande importância durante a pandemia.
A receita líquida do EAD saltou 51,6% no ano e 37,8% se excluídas as aquisições.
“O desempenho se dá pelo robusto aumento de 63,9% na base de alunos deste segmento, mais do que compensando a queda de 6,4% no ticket médio ajustado desta linha”, diz Monteiro.
Outro destaque positivo foi a base de alunos total, que cresceu 33,9% impulsionada tanto pelas aquisições quanto pelo forte crescimento da base de alunos EAD.
Já a Ágora afirma que as receitas do segmento presencial permanecem sob pressão, enquanto o ensino a distância continua a crescer.
“Elevadas provisões para devedores duvidosos ainda pressionando as margens; A tão esperada divulgação de cursos Premium deve trazer mais clareza ao segmento”, dizem Fred Mendes e Flavia Meireles.
Covid no radar
Para a XP, o ciclo de captação de 2021 provavelmente será impactado pela segunda onda da Covid no Brasil, “que em nossa opinião é a causa da pressão de curto prazo sobre ações, que deve permanecer até que tenhamos uma visão mais clara sobre o impacto da Covid na captação”.
Mesmo assim, a corretora continua otimista com as perspectivas de longo prazo.
Recomendações
Corretora | Preço-alvo | Recomendação |
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Ativa | R$ 49,50 | Compra |
Ágora | R$ 52 | Compra |
XP Investimentos | R$ 50,7 | Compra |