Apesar dos “buracos na estrada”, Localiza tem ação que continua atrativa
A Localiza (RENT3) enfrenta alguns ventos contrários no momento. Além da volatilidade do cenário macro, o setor de aluguel de carros vive um ambiente mais desafiador.
O Bank of America destacou que a crescente taxa de juros cria um aumento das despesas financeiras das locadoras de veículos, o que acaba contendo o LPA (lucro por ação), bem como do custo do capital próprio requerido pelo investidor, um evento ruim para as empresas do segmento, considerando o perfil de longa duração do fluxo de caixa.
Apesar das adversidades, o banco reconhece que o LPA da Localiza é o menos impactado no setor e a administração da companhia é a mais experiente.
“Apesar da volatilidade macro do Brasil e um cenário mais desafiador para locadoras de carros, ainda vemos uma relação risco-retorno favorável para Localiza”, comentou a equipe de análise do Bank of America.
Localiza mais conservadora
A visão construtiva sobre o nome foi reforçada após os analistas conversarem com Rodrigo Tavares, CFO da companhia.
O mercado está preocupado com a falta de componentes no setor automotivo, o que levou à paralisação das operações das montadoras. Segundo Tavares, as entregas tendem a melhorar no segundo semestre deste ano, especialmente no quarto trimestre.
Questionado se existe a possibilidade de mudança no mix da frota como uma maneira de contornar a restrição na cadeira de suprimentos, Tavares deu a entender que é um movimento improvável.
“A Localiza destacou que a companhia continua focada no custo total de propriedade do veículo (depreciação, manutenção e outros custos), e não no desconto em relação ao preço da lista, na hora de fazer decisões sobre planejamento de frota. Portanto, uma mudança relevante no mix de frota parece improvável”, afirmou o banco.
Ademais, o Bank of America vê como positiva a estratégia adotada pela companhia de se manter mais conservadora no curto prazo e focar no retorno.
“Um erro de cálculo nos preços de compra e venda ou nos níveis tarifários pode diminuir substancialmente os retornos no próximo ciclo”, destacaram os analistas.
O Bank of America reiterou a compra do papel, com preço-alvo de R$ 78.