Apesar do delivery em app, empresas de alimentação são pouco digitais
Pedidos de delivery se tornaram rotineiros durante a pandemia. Porém, apesar dos serviços de alimentação sofrerem um crescimento exponencial nos últimos anos, cerca de 65% das empresas do setor sofrem com limitações digitais, indicam pesquisa.
Um estudo desenvolvido pelo Instituto Foodservice Brasil (IFB) revelou que 74% das empresas do setor de serviços de alimentação não pretendem realizar grandes investimentos em tecnologia. Os participantes da pesquisa foram executivos de alta gestão de empresas de alimentação com faturamento acima de R$ 300 milhões ao ano.
De acordo com o instituto, os dados representam um problema e tanto, já que outros levantamentos apontam para a tecnologia como melhor ferramenta de crescimento para os negócios.
Segundo dados do MIT, empresas com pouca maturidade digital podem ter perdas de até 24% em seus lucros. Já a PWC, revela que 61% dos CEOs brasileiros aumentaram em mais de 10% seus investimentos em transformação digital.
Para especialistas, o cruzamento dos dados revela que ao contrário das demais atividades econômicas, que têm utilizado a tecnologia como forma de otimização para seus negócios, os serviços de alimentação não possuem a perspectiva para o futuro – que representa um risco considerável.
Claudio Gekker, líder do comitê de transformação digital do IFB, somente empresas que preparem suas operações para o mundo virtual terão força competitiva no mercado.
“As empresas esperam que o processo de transformação digital seja a solução para muitos dos seus problemas, porém precisam atuar de maneira mais estratégica e focada para que isso se torne uma realidade”, ressalta.
Gekker também relembra que transformação digital não diz respeito unicamente a inserir as empresas de alimentação em plataformas digitais ou redes sociais. Para o executivo, a digitalização dos negócios é caracterizada pela utilização de processos tecnológicos de maneira estratégica.
Além das vendas on-line, buscar e reconhecer padrões de consumo, desenvolver estratégias de comunicação e pensar na experiência do usuário são alguns dos muitos pontos a serem pensados pelas empresas que querem se manter ativas no mercado. E, ao que tudo indica, quem não se adaptar, pode ficar pra trás.