Apesar de recessão técnica agora, PIB do Brasil será forte no 4° tri, afirma economista
A queda de 0,1% do Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil no terceiro trimestre sobre o resultado do segundo trimestre, divulgada nesta quinta-feira (2) pelo IBGE, empurrou o país para o quadro de recessão técnica. Contudo, o quarto trimestre deve ser bem diferente, segundo o Gustavo Cruz, economista e estrategista da RB Investimentos.
“O indicador no terceiro trimestre não é alarmante”, explica o especialista ao Money Times. Como se sabe, o resultado foi pressionado pelo tombo de 8% do PIB da agropecuária.
Segundo Cruz, efeitos da crise hídrica e de geadas já eram esperados pelo mercado. Ele interpreta a derrocada da agropecuária no período como algo pontual.
O que traz ânimo às expectativas da RB Investimentos com o último trimestre do ano já pôde ter sido notado nesta divulgação. Em meio aos dados negativos, o crescimento de 0,9% do consumo das famílias, na comparação com o segundo trimestre, não deixa de ser um alento.
“O setor de consumo e serviços está pouco a pouco retomando sua força total. A gente já nota uma circulação maior de pessoas nas ruas à medida que a taxa de vacinação sobe”, argumenta.
O economista cita a própria Black Friday deste ano como um exemplo da recuperação gradativa da atividade econômica brasileira. A despeito de nenhum recorde excepcional, o varejo registra alta de 6,3% no faturamento nominal nesta Black Friday, segundo índice ICVA da Cielo.
E a variante ômicron?
Quanto aos possíveis impactos da variante ômicron do novo coronavírus no PIB do Brasil, sobretudo em 2022, Cruz explica que é muito cedo para precificar, apesar de o mercado já o ter o feito em grande medida desde o surgimento da cepa.
“Tudo vai depender ainda do que as fabricantes de vacinas têm a dizer sobre a eficácia de seus imunizantes com a nova variante”, afirma.
O economista alerta que, independente do impacto da ômicron na economia, já teremos no radar a intensificação da alta de juros no Brasil para controlar a inflação, deixando o primeiro trimestre de 2022 bastante volátil.