Apesar do prejuízo no 1T25, Hypera (HYPE3) sobe mais de 10% na bolsa nesta quinta-feira (24)

Os papéis da Hypera (HYPE3), maior farmacêutica do Brasil, começaram o dia em queda de mais de 2%, mas em menos de duas horas de pregão, a ação disparou, e passou a figurar entre as maiores altas desta quinta-feira (24), avançando mais de 10%
Por volta das 14h25 (horário de Brasília), os papéis avançavam 9,32%, a R$ 22,98.
A alta veio apesar de um resultado fraco. A companhia registrou um prejuízo líquido das operações continuadas de R$ 138,8 milhões no primeiro trimestre, revertendo lucro de R$ 391,5 milhões apurado no mesmo período do ano passado.
Os analistas, porém, esperavam prejuízo ainda maior, de R$ 167,3 milhões, de acordo com média das estimativas compiladas pela LSEG.
Para o BTG Pactual, os números da farmacêutica foram impactados pelo processo contínuo de otimização do capital de giro, que resultou em um sell-in (vendas da indústria para o varejo) abaixo do esperado, além de um desempenho mais fraco na demonstração de resultados.
Os analistas destacam as melhorias relevantes no capital de giro da Hypera, mas alertam que a companhia continua atrás do crescimento do sell-out (vendas do varejo para o consumidor final) da indústria, mesmo com o aumento expressivo nas despesas com marketing e vendas.
O Bradesco BBI avalia também que para impulsionar o sell-out, os descontos aumentaram 91% em relação ao ano anterior e as despesas de marketing foram 40% maiores em relação ao ano anterior.
Como resultado, os recebíveis caíram 33 dias em relação ao ano anterior, para 89 dias, com prazo de pagamento de 70 dias para as vendas no final do 1T25 (60 dias em abril, segundo a Hypera).
Como isso, ambas as casas mantêm a recomendação “neutra” para HYPE3, devido ao limitado potencial de valorização de aproximadamente 19% em relação ao preço-alvo — de R$ 25, para o BBI, e de R$ 24, para o BTG.
“Acreditamos que agora todos os olhares dos investidores devem estar voltados para a melhora do crescimento das vendas e para os níveis de margem EBITDA normalizados”, destacam os analistas do Bradesco.
- Azul cai após follow-on, e incerteza com Trump continua preocupando — veja o que mais mexe com o Ibovespa no Giro do Mercado desta quinta-feira (24):
Guerra comercial pode gerar redução de custos com insumos para Hypera
Uma maior oferta de matéria-prima e produtos acabados no mercado global por conta da imposição de tarifas de importação pode representar para a maior farmacêutica listada em bolsa do Brasil, Hypera, oportunidade de redução de custos no longo prazo, afirmou o presidente-executivo da companhia nesta quinta-feira (24).
“Se houver aumento de tarifa relevante, provavelmente isso poderá ser oportunidade para a gente, porque vai sobrar mais produto para outras regiões do mundo”, disse Breno de Oliveira em conferência com analistas sobre os resultados de primeiro trimestre da Hypera divulgados na noite da véspera.
“É mais uma oportunidade de redução de custos”, afirmou o executivo, ressalvando que essa possibilidade tende a se concretizar mais no longo prazo uma vez que a indústria farmacêutica atua em um mercado regulado.
O executivo explicou que trocas de fornecedores de matérias-primas tendem a ser um processo lento porque precisam ser aprovadas por autoridades antes de se concretizarem.
*Com informações da Reuters