Apesar de feia, quebra da cana é menor do que as projeções. Dá para ser mais otimista em 2022?
Mesmo que não altere muita coisa no quadro geral da safra de cana no Centro-Sul, em quebra generalizada da matéria-prima e do mix, ao menos o volume moído apresentado pela Unica nesta quarta (24) revelou alguma surpresa.
Será que pode ser projetado para o próximo ciclo outra surpresa?
A quantidade acumulada de cana processada do começo da campanha até 15 de novembro superou as estimativas mais baixistas do mercado. Chegou-se a ventilar, entre várias análises, de 505 a 515 milhões de toneladas, mas a União das Indústrias de Cana-de-Açúcar computou 516,97 milhões/t. Queda de pouco de 11,8%.
Como ainda restam 57 empresas que devem terminar o processamento – outra relativa surpresa porque se imaginava menos – nesta segunda metade do mês, ou nos primeiros dias de dezembro, o volume será superado e voltará aos indicadores projetados em agosto, de 520 milhões/t.
A Unica calcula esse número até final de março de 2022, quando começa a safra 22/23, mas a menos que a moagem de algumas usinas, que costumam se antecipar, seja considerada como a safra atual – o que, de fato, acontece nas estatísticas da entidade.
De dezembro a até lá, na entressafra, mais longa desta vez, não deverá ter cana para ser cortada.
Pois bem, mesmo que muito distante da safra 20/21, de 605 milhões/t, a quebra pouco menor pode significar, também, que os prejuízos da seca e geadas sobre as lavouras que serão colhidas no ano que vem devem ter sido um pouco levemente menores.
Então, se verdadeiro, a recuperação esperada com as chuvas de primavera e verão previstas, em torno de 540 milhões/t de matéria-prima, pode ser um pouco maior?
Mix
No acumulado deste ciclo, se processou 31,84 milhões/t de açúcar, contra 37,66 milhões/t do mesmo período de 2020.
Em biocombustível, a fabricação de abril até 16 de novembro montou a 25,84 bilhões de litros, sendo 15,45 bilhões/l de etanol hidratado, 19,84% a menos, a 10,39 bilhões de anidro, 14,79% a mais.