Apesar de deflação em novembro, Brasil tem 4ª maior inflação da América Latina
Após a divulgação do mais novo IPCA, indicador oficial de inflação do país elaborado pelo do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a consultoria Análise Econômica propôs trazer uma reflexão sobre o assunto e mostrar que, apesar do quadro positivo apresentado pela economia nos últimos meses, nem tudo são flores.
Em novembro, o IPCA registrou o menor nível desde a implantação do Plano Real, com queda de 0,21%. Atualmente, vem acumulando alta de 4,05% nos últimos doze meses, o que o coloca 0,5% abaixo do centro da meta de inflação brasileira, estabelecida pelo Conselho Monetário Nacional (CMN). No entanto, ao comparar com os indicadores de outros países da América Latina, a inflação brasileira só perde para as da Venezuela, Argentina e Uruguai.
André Galhardo, economista-chefe da Análise Econômica, diz que o Brasil está bem próximo do centro da meta e chama a atenção para os quase 13 milhões de pessoas desocupadas e à fraca produção de alguns setores, como é o caso da indústria.
“Parte significativa da queda dos preços dos últimos meses vem de itens cujas variações causam perturbações transitórias ou autocorrigíveis e que têm pouca relação com os movimentos mais permanentes de preços, a saber, os alimentos e os combustíveis”, afirma Galhardo.
A queda dos preços dos combustíveis, decorrente da dinâmica internacional, e de energia elétrica, por conta das fortes chuvas, segundo o Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS), foram as principais causas do recuo do índice inflacionário geral.
Em relação a este ano, o mercado está na expectativa para que a inflação feche com alta de 3,89%. “Aguardemos a retomada do crescimento com a cautela de saber que a inflação no Brasil é um problema pretérito, mas não morto”, conclui o economista-chefe.