Apesar da queda na economia, Tiffany vê forte expansão na China
A Tiffany projeta crescimento de dois dígitos na China no próximo ano apesar do enfraquecimento da economia, apostando que os consumidores diminuirão as compras de produtos de luxo no exterior e gastarão mais no próprio país.
A varejista dos EUA, que no mês passado aceitou ser comprada pela LVMH por US$ 16 bilhões, acha que o impulso continuará em 2020 após um crescimento “muito elevado” na China continental nos últimos dois anos, segundo o presidente Alessandro Bogliolo.
As vendas se beneficiam da intensificação do compromisso da companhia com o maior mercado consumidor do mundo, bem como das medidas oficiais para estimular os gastos domésticos, explicou ele.
“Todos os esforços que o governo chinês fez para aumentar o consumo local, como a redução do imposto sobre vendas, são incentivo para os clientes chineses comprarem localmente, em vez de voarem para o Japão, EUA e Europa para fazer compras”, afirmou Bogliolo em entrevista à Bloomberg Television.
Setores variados — do turismo aos bens de luxo — que dependiam dos gastos chineses no exterior estão precisando reformular suas estratégias diante da desvalorização do yuan e do fato de chineses estarem evitando cidades tomadas por protestos, como Hong Kong e Paris.
Companhias de luxo em particular estão expandindo agressivamente dentro do continente para cortejar consumidores chineses que representam um terço da demanda global.
A Kering planeja abrir 14 lojas em seis cidades chinesas para marcas como Gucci e Bottega Veneta. Outras marcas da nova proprietária da Tiffany, a LVMH, também vão entrar em cidades do país.
A Tiffany pretende adicionar “bem poucas” lojas na China em 2020, disse Bogliolo, explicando que a tática é expandir as unidades existentes. Ele foi à China para a reinauguração da principal loja em Xangai, que quase dobrou de tamanho para mais de 900 metros quadrados e se tornou a maior da Tiffany na Ásia.
A varejista americana conta com o lançamento de um website na China para alcançar clientes em cidades menos desenvolvidas, onde a marca não tem lojas.
Segundo Bogliolo, as vendas em Hong Kong sofreram queda de dois dígitos devido aos protestos em favor da democracia. Mas a empresa não está mudando sua estratégia por lá, argumentando que a cidade enfrentou momentos difíceis no passado e se recuperou. “Então, tenho muita confiança em Hong Kong e no seu futuro papel no mundo do luxo”, disse o executivo.