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Apesar da pandemia, 4 empresas de turismo podem fazer IPO neste ano, diz Onfly

16 mar 2021, 12:49 - atualizado em 16 mar 2021, 12:55
MARCELO-LINHARES-ONFLY
Marcelo Linhares, CEO da Onfly (Imagem: Divulgação/Onfly)

A indústria do turismo enfrentou um período conturbado em 2020. Gravemente afetadas pela pandemia de Covid-19, as empresas do setor, principalmente aéreas, registraram prejuízos bilionários por conta de voos cancelados e reembolsos em meio a restrições de viagens impostas no mundo todo.

A Azul (AZUL4), que divulgou os resultados do quarto trimestre no início deste mês, teve prejuízo líquido consolidado de R$ 918,2 milhões entre outubro e dezembro do ano passado. No acumulado, o prejuízo somou R$ 4,6 bilhões.

Os resultados do quarto trimestre da Gol (GOLL4) serão divulgados dia 18 de março. No entanto, considerando o balanço do terceiro trimestre, a companhia teve nos primeiros nove meses de 2020 um prejuízo de R$ 1,4 bilhão.

A CVC Brasil (CVCB3) também foi bastante prejudicada pela crise do coronavírus, tendo apresentado números negativos tanto no terceiro trimestre quanto no acumulado do ano.

As empresas estão aos poucos se recuperando, e perspectivas mais otimistas voltam a aparecer no mercado. A startup mineira de viagens corporativas e gestão de despesas Onfly, por exemplo, destacou que alguns negócios de turismo estão saindo mais fortes da pandemia.

“São essencialmente as de tecnologia que atuam no setor”, disse Marcelo Linhares, CEO da startup.

De acordo com o executivo, é possível prever as empresas que vão aproveitar a onda dos IPOs (ofertas públicas iniciais) e abrir capital ainda neste ano. A Onfly acredita que existem quatro nomes que podem seguir os mesmos passos de Enjoei (ENJU3), Méliuz (CASH3), Mosaico (MOSI3) e Locaweb (LWSA3) e solicitar listagem na B3 (B3SA3).

Confira as empresas de turismo com potencial para fazer IPO em 2021:

123Milhas

A Onfly acredita que a 123Milhas pode ser a empresa mais preparada para realizar o IPO (Imagem: YouTube/123Milhas)

A Onfly tem a 123Milhas como principal aposta do setor. A empresa investe pesado em mídia online e offline e, de acordo com a SimilarWeb, tem um tráfego que já se aproxima da Decolar.com.

A 123Milhas tem a seu favor uma boa reputação no Reclame Aqui. Seu inventário também aumentou – além de passagens aéreas, a empresa expandiu o portfólio para hotéis, seguros e carros. Além disso, a companhia contratou novas pessoas na pandemia, o que mostra que está investindo no amadurecimento de sua gestão para uma eventual abertura de capital.

A Onfly acredita que a 123Milhas pode ser a empresa mais preparada para realizar o IPO, considerando seu tamanho e porte.

“Estima-se que a 123Milhas chegue ao final de 2021 com um volume de vendas aproximado de R$ 3 bilhões, com um take rate médio de 16%, o que daria para a empresa uma receita aproximada de R$ 480 milhões”, destacou a startup.

Hurb

A Hurb fez R$ 1,9 bilhão em reservas em 2020, de acordo com dados publicados pela própria agência de viagens no LinkedIn. Assim como a 123Milhas, a empresa expandiu seu quadro de funcionários durante a pandemia, chegando a 723 pessoas no time.

A Onfly disse que a Hurb é talvez a empresa mais “pressionada” para fazer um IPO.

“A empresa passou por um grande conflito entre os investidores e os fundadores entre 2015 e 2017 e, no acordo firmado, os investidores ficam com 30% de todo o valor de uma eventual venda ou IPO da empresa até 2024”, afirmou.

MaxMilhas

Pioneira no mercado, a MaxMilhas deve se beneficiar da mudança do perfil do consumidor, que está mais propenso aos canais digitais, e da retomada mais rápida para destinos domésticos.

Além disso, a MaxMilhas, para otimizar o tráfego, pode expandir seu portfólio de produtos e serviços e passar a atuar com hotéis, carros, pacotes e seguros, por exemplo.

Segundo a Onfly, estima-se que a empresa deve realizar cerca de R$ 1,5 bilhão em 2021, com um take rate médio de 20%.

ViajaNet

Por ter recebido uma série de investimentos de capital de risco, a ViajaNet pode ser a empresa mais apta para um IPO, disse a Onfly (Imagem: YouTube/ViajaNet)

A ViajaNet, por ter recebido uma série de investimentos de capital de risco ainda no início da operação, pode ser a empresa mais apta para um IPO.

A empresa atingiu em 2019 R$ 1,1 bilhão em reservas. No ano passado, anunciou uma nova captação de US$ 6,5 milhões com seus atuais acionistas para recomposição de caixa.

“Dependendo de como a empresa se comportar nos primeiros nove meses do ano, ela pode ainda protocolar o pedido de IPO na CVM (Comissão de Valores Mobiliários) este ano, sobretudo apoiado na grande euforia dos investidores em empresas de tecnologia”, disse a Onfly.