Aperto quantitativo do Fed deve terminar bem antes do cronograma
O Federal Reserve prevê pelo menos mais uns dois anos para reduzir sua carteira de títulos de cerca de US$ 8 trilhões.
Mas os observadores de mercado estão cada vez mais convencidos de que o chamado aperto quantitativo terminará muito mais cedo do que isso.
Antes mesmo antes do plano de diminuição do balanço patrimonial do Fed atingir seu ritmo máximo em setembro com redução mensal de até US$ 95 bilhões economistas e estrategistas já preveem um fim precoce, em algum ponto em 2023.
Um grupo diz que o banco central americano terá que abandonar o programa já no próximo ano, quando se começar a cortar juros para combater uma desaceleração econômica – desfazendo parte do aperto monetário agressivo agora em andamento para combater a inflação alta.
“O Fed vai querer garantir que suas ferramentas de política monetária estejam remando na mesma direção”, disse Matthew Luzzetti, economista-chefe para EUA no Deutsche Bank. “Eles não vão querer enviar sinais mistos”, disse Luzzetti, que prevê que o Fed começará a cortar juros e encerrará o programa, conhecido como QT em inglês, em setembro de 2023.
Um segundo grupo vê um fim precoce por razões não muito diferentes daquelas que levaram o Fed a interromper seu último esforço de QT em 2019: não tirar muita liquidez do sistema bancário dos EUA. Uma escassez de reservas bancárias foi culpada por causar turbulência nos mercados financeiros na época, a única outra experiência que o Fed e os investidores tiveram com o QT.
A redução máxima mensal de US$ 95 bilhões na carteira do Fed – US$ 60 bilhões em títulos do Tesouro e US$ 35 bilhões em títulos imobiliários – será quase o dobro do teto de US$ 50 bilhões da última vez.
No início de 2023, o Fed correrá o risco de exagerar, de acordo com estrategistas do Barclays.
Uma diminuição ou fim precoce do programa poderia remover parte da pressão ascendente sobre os rendimentos do Tesouro de longo prazo, reduzindo a quantidade extra de dívida que o governo federal precisaria levantar.
Os títulos do Tesouro também provavelmente superariam os swaps de vencimento semelhantes, disse Priya Misra, chefe global de estratégia de taxas da TD Securities, que vê o Fed cortando as taxas e terminando o QT em julho próximo.
O presidente do Fed Jerome Powell disse no mês passado que o modelo do banco central “sugeriria que poderia levar entre dois, dois anos e meio” para o balanço chegar a um “novo equilíbrio”.
O balanço patrimonial da autoridade monetária mais que dobrou durante a pandemia, para quase US$ 9 trilhões no início deste ano, quando o Fed usou a flexibilização quantitativa como ferramenta de combate à crise.
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