Apenas duas empresas, entre 100, têm nota máxima em teste de transparência
Pela primeira vez uma pesquisa avaliou o grau de transparência e o engajamento das 100 maiores empresas e dos 10 maiores bancos brasileiros no combate à corrupção.
E o resultado não é dos melhores. Em uma escala de zero a dez, as empresas brasileiras ficam com a média 5,7.
A pesquisa feita pela ONG Transparência Internacional avaliou se as empresas brasileiras contam com programas anticorrupção e se tem transparência organizacional, ou seja, se mostram com quem elas costumam fazer negócios.
O interessante é que justamente empresas que foram flagradas em esquemas de corrupção como a Odebrecht, a Petrobras e o banco BTG Pactual ou se envolveram em escândalos, como a mineradora Samarco, responsável pela tragédia de Mariana, em 2015, ajudaram a melhorar a média nacional.
Para Guilherme Donegá, um dos responsáveis pela pesquisa, isso acontece porque transparência virou caso de vida ou morte para essas empresas
O setor de veículos e peças é a que tem o pior resultado. Culpa das montadoras de automóveis. Nenhuma das avaliadas conseguiu alcançar a nota cinco.
Quem também vai mal na pesquisa, com o pior desempenho, são as empresas que tem estrutura societária limitada ou sociedades anônimas de capital fechado.
Apenas duas empresas tiraram notas máximas nos dois critérios analisados, a Neoenergia e a cimentos Votorantim. Mas Guilherme lembra que isso não significa que as empresas estejam colocando em práticas políticas contra a corrupção e para que as políticas saiam do papel, é preciso que a sociedade fique de olho.