Apenas 4 ações vão se dar bem com a prorrogação da quarentena em São Paulo
Ontem (22), o governador de São Paulo, João Doria, anunciou que a reabertura do comércio não essencial começará em 11 de maio. Para o BB Investimentos, isso foi um sinal de que a prorrogação da quarentena, no mais importante Estado do país, não deve ser renovada.
Georgia Jorge, que assina o relatório da gestora do Banco do Brasil (BBAS3), pondera que poucas empresas se beneficiarão com a quarentena. Para ser mais preciso, apenas quatro ações podem se dar bem, entre as que são cobertas pela analista.
Inicialmente, o BB Investimentos esperava que o fechamento de atividades não essenciais duraria 45 dias, a partir de 20 de março.
Isso daria tempo para que as redes de varejo recuperassem o ritmo e se preparassem para a principal data do primeiro semestre: o Dia das Mães, que, neste ano, será em 10 de maio.
“Apesar de a maioria dos estados estarem flexibilizando seus decretos de restrição ao comércio, a prorrogação da quarentena no estado de São Paulo até o dia 10 de maio gera um efeito não esperado inicialmente por nós”, afirma Georgia.
Efeitos
O motivo é óbvio: o peso dos paulistas no comércio brasileiro. A analista recorda que 30% da receita nominal do setor varejistas, no ano passado, foi gerado em São Paulo.
“Além disso, é o estado no qual está concentrada parte significativa das lojas físicas das companhias do nosso universo de cobertura”, acrescenta.
O BB Investimentos prevê três impactos da prorrogação da quarentena paulista sobre o varejo: 1) queda do tíquete médio dos presentes no Dia das Mães; 2) e-commerce deve crescer, diante das lojas físicas fechadas; 3) aumento das refeições em casa, o que favorece redes de supermercados.
Tudo somado, a analista afirma que apenas quatro ações devem se dar bem com a situação: B2W (BTOW3), Lojas Americanas (LAME4), Magazine Luiza (MGLU3) e Pão de Açúcar (PCAR3).
Outras empresas podem, mas sem garantia nenhuma, tirar uma casquinha do Dia das Mães: Natura (NTCO3) e Lojas Renner (LREN3).
Como atuam com bens semiduráveis (vestuário, cosméticos e perfumaria) e apresentam tíquete médio baixo por produto (em comparação com móveis e eletroeletrônicos), as duas têm mais condições de elevar as vendas no período.