Apenas 4 ações de varejistas merecem sua atenção (e seu investimento)
A reabertura da economia alimenta a esperança dos investidores nas ações de empresas ligadas ao setor de varejo. Mas, o entusiasmo não deve reduzir o senso crítico, na medida em que algumas companhias estão mais bem posicionadas que as rivais nesta etapa de retomada.
O UBS analisou oito ações e concluiu que, neste momento, apenas quatro são promissoras.
O banco suíço promoveu, nos últimos dias, uma rodada de conversas com executivos das principais empresas do setor sob sua cobertura. Em relatório obtido pelo Money Times e assinado por Gustavo Piras Oliveira, Gabriela Katayama e Rodrigo Alcantara, o UBS observa que as companhias não esperam que as vendas voltem ao normal neste ano.
“E, mesmo com a aceleração do crescimento do e-commerce, ele não é suficiente para compensar o declínio de vendas das lojas físicas”, acrescentam os analistas.
O prognóstico do UBS para o varejo está longe de ser otimista. “A situação da Covid permanece volátil, com contratempos nos planos de reabertura, e a deterioração do cenário macro, no segundo semestre, se torna outra barreira a ser gerenciada”, afirma a instituição.
Quadra de ases
Isso não significa, contudo, que o setor não ofereça boas oportunidades de investimento. O banco recomenda a compra de quatro ações: Lojas Americanas (LAME4), Pão de Açúcar (PCAR3), B2W (BTOW3) e Hypera (HYPE3). Destas, apenas as duas últimas mereceram mais do que uma simples menção.
Sobre a B2W, o UBS destaca o lançamento do Americanas Ao Vivo, um streaming de e-commerce considerado inovador. “Esta é uma peça-chave no crescimento do e-commerce na China e, dada a grande penetração das redes sociais no Brasil, cremos que é um elemento a ser observado”.
A Hypera é a única que, além da recomendação de compra, teve o preço-alvo mencionado: R$ 39, com potencial de alta de 19,5%.
Líder no segmento de medicamentos que dispensam prescrição médica, a Hypera deve apresentar crescimento de vendas no segundo semestre, à medida que as consultas médicas forem retomadas e reforcem sua atuação em outra área – a de remédios que só podem ser vendidos mediante a receita.
Os analistas também destacam os esforços da companhia para conter os custos operacionais, ao mesmo tempo em que aguardam que o antigo controlador da Hypera, João Alves de Queiroz Filho, reembolse a empresa em R$ 110,6 milhões, decorrentes de pagamentos impróprios apurados por uma auditoria interna.