Apenas 12% dos fundos imobiliários estão baratos; veja os setores mais promissores
Boa parte dos gestores de fundos imobiliários (FIIs) do Brasil (88%) acredita que os os fundos atingiram preços justos após a forte recuperação vista em agosto, impulsionada pela taxa de juros baixa e pela performance do segmento logístico no período. No entanto, 12% deles afirmam que os ativos estão baratos.
Os dados são da nova pesquisa realizada pela XP Investimentos entre 1º de setembro e 9 de setembro de 2020 com os maiores gestores do setor no país.
Questionados sobre qual segmento possui as maiores oportunidades com os preços atuais, os entrevistados parecem divididos entre lajes corporativas (35%) e shopping centers (47%).
A XP lembra que todos os shoppings retomaram suas atividades no último mês após um longo intervalo de fechamento. Apesar da flexibilização das medidas de isolamento e da queda de casos de covid-19, a corretora afirma que “ainda há poucas evidências quanto à retomada integral da economia em níveis pré-pandemia”.
2020
Em agosto, o Índice de Fundos Imobiliários (Ifix) registrou valorização de 1,8%. O Índice de Fundos Imobiliários da XP, o XPFI, encerrou em alta de 2,5%.
Para 53% dos gestores, a performance do Ifix para 2020 deve ficar entre 1 e 10%, enquanto 29% consideram a faixa negativa de -10 e 0%.
O maior risco do setor é a desaceleração da economia, citado em 65% das respostas.
“Vale ressaltar que, na visão dos gestores (12% dos entrevistados), o aumento da taxa de juros gerará uma pressão inicial nas cotas dos fundos imobiliários”, acrescenta a XP. A reforma tributária não é vista como um risco à indústria de fundos imobiliários em razão da pouca visibilidade dos impactos no momento.
Em relação às oportunidades do ano, as aquisições lideram o número de citações (71%).
“A aquisição de novos ativos será a maior oportunidade para os fundos imobiliários (71% dos entrevistados), principalmente pelo fato de que a maioria dos FIIs do segmento de tijolo estão capitalizados”, comenta a XP. “[Com] a provável queda da atividade econômica do Brasil, os gestores podem encontrar ativos imobiliários a preços mais atrativos”.
Pós-crise
Na avaliação de 59% dos entrevistados, os fundos imobiliários devem voltar aos patamares pré-covid em um ou dois anos (assumindo que a pandemia estará sob controle nos próximos meses). Os 41% restantes estimam que a recuperação do setor deve acontecer em cerca de um ano.
O segmento que vai se recuperar mais rápido da crise é o de galpões logísticos (26%). Os gestores também estão de olho em lajes corporativas, shoppings e fundo de fundos.