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Apagão das redes sociais põe em risco ações de tecnologia do Brasil?

06 out 2021, 15:43 - atualizado em 06 out 2021, 16:08
Ibovespa
Cerco montado de regulação que acontece com as big techs pode cortar o barato das ações de tecnologia do Brasil no longo prazo? Para entender o assunto, confira a entrevista exclusiva do Money Times com um dos idealizadores do ETF de Tecnologia (TECB11) lançado pela Magnetis (Imagem: Reuters/Paulo Whitaker)

Se nem as big techs estão imunes aos apagões da tecnologia, como nos lembra a queda de serviços das principais redes sociais nesta semana, o que o investidor pode esperar das ações de tecnologia do Brasil no curto prazo?

A colunista Larissa Quaresma, analista da Empiricus, já deu o panorama dos nomes mais quentes no setor que despencaram no pregão do dia 04 de outubro: Banco Pan (BPAN4), Inter (BIDI4) e Méliuz (CASH3) que deslizaram em um dia 13%, 13% e 8%, respectivamente.

“A subida dos juros, o medo generalizado e a pane no Facebook falam mais alto”, destaca a especialista em sua coluna ao Money Times.

O Facebook (FB; FBOK34) ficou cerca de 6 horas fora do ar nesta segunda-feira (04), e a causa parece ter sido uma alteração no protocolo de acesso aos servidores da companhia. E em meio a todo esse alvoroço, há quem sugira que, se o problema é o Facebook, um regulador de mídia social é a solução.

Mas a questão que não quer calar é: o cerco montado de regulação que acontece com as big techs — especialmente norte-americanas e também chinesas — pode cortar o barato das ações de tecnologia do Brasil no longo prazo?

“A questão regulatória é de fato um risco que paira no setor; agora, o que acontece nos EUA hoje, quanto ao cerco às big techs, está longe do cenário visto agora no Brasil, dada a elevada diferença de escala das companhias entre ambos países”, afirma Daniel Jannuzzi, especialista de investimentos e sócio da Magnetis, além de um dos idealizadores do ETF de Tecnologia (TECB11), lançado nesta semana na Bolsa de Valores brasileira.

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Acredite na tese da tecnologia

O componente tech do índice S&P 500 subiu 555% nos últimos 10 anos, contra somente 214% do S&P 500 excluindo o setor de tecnologia. No Brasil, este segmento vem crescendo rapidamente e diversas empresas tech estão listando suas ações em bolsa, destaca Jannuzzi ao Money Times (Imagem: Magnetis/Leandro Caproni)

Durante entrevista exclusiva ao Money Times, o especialista destacou que o setor de tecnologia do Brasil está em pleno desenvolvimento, e o ETF desenvolvido pela Magnetis — primeira gestora de investimentos digital brasileira –, que conta com o BTG Pactual (BPAC11) como administrador e o Credit Suisse como formador de mercado (market-maker), realmente expõe o investidor à tese da tecnologia.

Jannuzzi aponta que o Ibovespa (IBOV), principal índice do mercado acionário brasileiro, ainda está pouco exposto ao setor tecnológico quando comparado com o S&P 500 — índice norte-americano que reúne as 500 maiores companhias do país — ao reportarem participação de ações tech no portfólio em 1,8% e 28%, respectivamente.

“A vantagem do ETF lançado pela Magnetis, além das questões de custo reduzido ao investidor e gestão passiva, é a de que a cesta do ativo reúne mais de 23 empresas do setor, entre papéis listados na B3 (B3SA3) e BDRs representativas de ações negociadas na Bolsa de Valores de Nova York (NYSE) ou a Bolsa de Tecnologia Nasdaq. Afinal, vemos um movimento forte de parte de empresas brasileiras que foram ou irão ao exterior, como deve ocorrer com o IPO (oferta pública inicial de ações) do Nubank“, comenta.

Outro ponto enfatizado pelo especialista ao Money Times se deve ao fato de que a tecnologia é contemplada como um todo no TECB11, desde a interface de infraestrutura, como ações como Intelbras (INTB3) — com produtos da tecnologia da informação — passando à esfera mais “.com”, com papéis como Locaweb (LWSA3) e Méliuz (CASH3).

Entre os BDRs que compõem o TECB11, está a gigante mexicana Mercado Livre (MELI34) — que recentemente desbancou a mineradora brasileira Vale (VALE3) e se tornou a empresa mais valiosa na América Latina.

“O TECB11 permite que qualquer investidor tenha exposição às principais empresas de tecnologia do país de maneira simples, com baixo custo e alta liquidez. O ETF segue o Índice de Ações Tech Brasil, composto por empresas do setor de software, hardware, dados, e-commerce e serviços financeiros digitais, que têm o Brasil como seu principal mercado”, conclui o especialista, pontuando que o ETF cobra uma taxa de administração de 0,6% ao ano, sem taxa de performance.

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