Aos olhos do mercado (e do ‘gringo’), invasão nas sedes dos 3 Poderes é péssimo sinal
A invasão de manifestantes bolsonaristas nas sedes dos Três Poderes em Brasília neste domingo (8) é um péssimo sinal para o mercado financeiro. Isso porque os atos antidemocráticos não são nada atraentes para o investidor, estrangeiro, principalmente.
“‘Pro’ mercado, o sinal é péssimo, especialmente àqueles que muitas vezes respondem por metade de nosso fluxo”, comentou pelas redes sociais o economista-chefe da Infinity Asset, Jason Vieira, referindo-se ao fluxo de capital externo no mercado doméstico.
Confira o post no Twitter:
Pro mercado, o sinal é péssimo, especialmente àqueles que muitas vezes respondem por metade de nosso fluxo pic.twitter.com/UY3FCDIXAl
— Jason Vieira ? (@JasonVieira) January 8, 2023
Ainda pelas redes sociais, o CIO da TAG Investimentos, Dan Kawa, avalia que o episódio é mais um fator que tende a trazer volatilidade aos ativos de risco. Afinal, “no Brasil, não se morre de tédio”.
No Brasil, não se morre de tédio…
— Dan Kawa (@DanKawa2) January 8, 2023
Ainda que a situação em Brasília seja superada no curto prazo, serão dias tensos nos mercados. Isso porque é preciso restabelecer o curso normal de funcionamento das instituições.
Crise institucional tem efeito nos mercados
Nesse sentido, o economista André Perfeito avalia que o novo governo está em uma situação complicada. Isso porque é preciso agir para conter os protestos, através de uma operação militar para garantir a lei e a ordem (GLO).
No entanto, parte da própria Forças Armadas resiste ao pedido. Perfeito lembra que o “silêncio dos militares” não passa sem ser notado.
Olha a sinuca de bico: o Lula pede um GLO em Brasília e os militares resolvem que não.
— André Perfeito (@perpheito) January 8, 2023
Para o economista, é exatamente essa “crise institucional” que terá efeito sobre o Ibovespa e o dólar. “Uma crise institucional está se instalando e isso deve ter efeito sobre o preço dos ativos financeiros”, comenta.
Segundo ele, neste cenário, é razoável supor que a percepção de risco se eleva. “E assim os juros devem subir, com efeitos na bolsa e outros ativos”, finalizou.